Vínculo afetivo, a base da estrutura familiar!


24/06/2020 #Reflexão #Editora Concórdia

Quando pensamos em desestrutura familiar, na maioria das vezes temos a imagem de uma família desfeita. Este, talvez, seja o pior engano.

Vínculo afetivo, a base da estrutura familiar!

         Vivemos a era do descartável, trocamos a qualidade e o investimento pelo resultado rápido da satisfação de nossos desejos. Este descarte do que não me agrada mais contaminou nossos sentimentos. Queremos que, não só os objetos, mas também as pessoas nos satisfaçam como e quando desejamos, caso contrário serão colocadas à parte de nossas relações.

          Quando estabelecemos um vínculo com alguém, esta pessoa passa a fazer parte de nossa história, ela nos conhece e nós a conhecemos também, estamos comprometidos. Claro que sempre haverá conflitos, mas é justamente no enfrentamento e nas soluções encontradas que os relacionamentos se aprofundam e se fortificam. Portanto, não é a ausência de problemas que demonstra estrutura familiar, mas o interesse e o investimento nas suas resoluções é que determina a sua integridade.

Em um mundo que exige rapidez e perfeição, a família tem encontrado dificuldade em estabelecer seus vínculos internos. Os pais esperam por filhos que se encaixem no perfil dos bem-sucedidos socialmente e, para atingir este desejo, ignoram as características individuais, investem apenas no que consideram importante e menosprezam os que não estão cumprindo as decisões de seus planos. Por isso, muitas famílias aparentemente bem constituídas podem estar em grande perigo quando as potencialidades afetivas de seus membros estão descuidadas ou ignoradas.

A mídia, muito atenta a este fato, tem contribuído para a proliferação de profissionais, escritores e uma infinidade de informações que pretendem nos ensinar a educar e treinar nossos filhos para o que o mundo pede. Estas “fórmulas prontas” de educação são dadas indiscriminadamente e, de modo cruel, transformam qualquer peculiaridade em deformidade. Portanto, a família que se rende a estas regras está ligada às exigências de fora e indiferente aos seus, a quem deveria amar e cuidar.

O desapontamento com os filhos pode ser caracterizado por desinteresse ou rigidez excessiva. Tanto um como outro geram, em qualquer indivíduo, a situação de desamparo, que é sentida como profunda solidão, com um alto custo de sofrimento, tristeza e dor. “Criança sem alimento puro fica desnutrida. Criança sem afeto puro fica desamparada”.

Para a família cristã, não existem fórmulas para cuidar ou educar. Temos a santa Palavra que nos instrui, conduz e ilumina, com pura sabedoria, em todos os aspectos da vida. “Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos(Sl 19.7).  

Nossa única e específica regra foi dada pelo grande e puro amor de Jesus: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34). Este amor nos impele a cumprir o dever de orar pelos filhos, educar pelo exemplo, ensinar a Palavra e levá-los para experimentar a graça da casa do Senhor.

No mais, queridos irmãos, evitem as regras generalizadas. Não importa a idade dos seus filhos, olhem muito nos olhos, respeitem as singularidades, segurem no colo, brinquem, abracem, beijem. Todos sabem que pessoas amadas são mais seguras e felizes, mas muitos ainda têm resistência em dar carinho.

 “Amor verdadeiro, divino, inteiro e completo é o que não faz exceção, nem se divide ou fragmenta, mas é dirigido livremente a todos” (Martinho Lutero).

 

                                                       Lea Fuhr Weber,

psicóloga

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