Pais são como bons vinhos


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06/08/2020 #Artigos #Editora Concórdia

Quando nasce um filho, nasce também um pai. E ambos aprendem juntos a arte de amar e ser amado.

Pais são como bons vinhos

Imagino que ser pai é uma arte que se transforma constantemente, nas mais diferentes fases da vida. Quando nasce um filho, nasce também um pai. E ambos aprendem juntos a arte de amar e ser amado. Ambos estão sempre aprendendo um com o outro. Crianças aprendem a viver. Homens aprendem a ser pais. E isso acontece ao longo da vida, etapa por etapa, entre erros e acertos. E sempre debaixo do perdão e do amor de Deus.

Até parece que essa arte de ser pai assemelha-se ao processo de produção de um bom vinho, que leva tempo e passa por diversos processos. Vinhos finos são diferenciados, são curtidos em barris de carvalho, e o tempo torna-se aliado na sua produção. Sim, o tempo ajuda um bom vinho a incorporar sabores e a maturar lentamente nos porões escuros e úmidos.

Muito melhor do que um bom vinho curtido pelo tempo é o conselho de um pai que já passou por diversos processos de maturação, que já enfrentou boa parte da vida, que já viveu os mesmos dilemas, culpas e dúvidas que hoje tiram o sono dos filhos. Filhos precisam apreciar, brindar e degustar desta riqueza que destila da experiência de vida dos seus pais. As rugas e cabelos brancos dos pais são sinais de um homem que já trilhou pelo caminho onde agora os filhos estão.

Porém não é só o tempo e a experiência de vida que faz de um pai um depósito de sabedoria e bons conselhos. Pela confiança e pela fé cristã, Deus oferece sabedoria a toda e qualquer pessoa – especialmente aos pais: “Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o SENHOR” (Pv 1.7). De um coração crente no amor de Jesus é que brota a sabedoria para se viver a nobre arte de ser pai. Essa sabedoria está disponível para pais novos, que estão aprendendo a se conhecer como pais. Esta sabedoria está disponível para pais que são vovôs e que, mesmo assim, continuam amadurecendo como os bons vinhos.

Há um ingrediente especial que realça o sabor maravilhoso de um relacionamento entre pais e filhos. É o perdão, o perdão real e verdadeiro de Jesus. O perdão que nos ensina a perdoar. Afinal, neste processo de maturação e amadurecimento, diversos atritos podem acontecer. Pais não são perfeitos. Filhos não são perfeitos. E aí entra em ação o Espírito Santo que, pelos meios da graça, nos convida a viver o perdão que destrói muros de distanciamento e nos aproxima uns dos outros. 

Sim, penso que pais são como bons vinhos, onde o tempo é instrumento para realçar sabores e valores. Pais precisam da sabedoria que vem do alto. Sabedoria que ensina a viver o perdão em família, que ensina a ter tempo para os filhos, que ensina a deixar de herança aos filhos a fé em Jesus – o mesmo que garante a ressurreição dos mortos e a continuidade destes relacionamentos. Onde, aí sim, iremos brindar com os “vinhos mais finos”, como próprio Senhor nos descreve a festa do céu em Isaías 25.6. Pais e filhos, diante do Senhor, brindarão à salvação que Cristo nos conquistou!

Quanto a nós, filhos, cabe lembrar: “Meu filho, escute o que o seu pai ensina e preste atenção no que a sua mãe diz. Os ensinamentos deles vão aperfeiçoar o seu caráter” (Pv 1.8-9).


  Bruno Serves

Pastor em Candelária, RS

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