Mantendo a tradição luterana,
o ML de outubro de cada ano é dedicado sobretudo à Reforma. Não foi diferente
em 1920, quando no mês foram produzidas três edições, nos dias 1, 15 e 31. Além
da Reforma, foram continuados os assuntos de crescimento espiritual, como o título
“Eternidade”, que trata do assunto morte, suas doutrinas e seus consolos.
Ainda no exemplar de 1º de
outubro, foi lembrada a fundação do Seminário Concórdia, ocorrida em 27 de
outubro de 1903. A reportagem foi contemplada no ML com três fotografias das
localidades históricas de funcionamento do Seminário. Além das fotos, um relato
conciso, iniciando no Sul do RS, e terminando em Porto Alegre, no Mont’ Serrat.
A nova propriedade foi adquirida por 140 contos de réis, e, já no ano seguinte
(1921), seria o local de formação de professores paroquiais e pastores por
várias décadas.
O artigo de capa do segundo
exemplar de outubro abordava o tema Reconciliação Fraternal, segundo Mateus 5.20-26.
Tão necessários aos irmãos em nossos dias, o perdão e a reconciliação estão
entre os “fardos leves” para uma vida verdadeiramente consagrada, que permite que
tenhamos uma vida leve e agradável perante Deus e nosso semelhante.
E para fins da história da Reforma,
foi abordada a caminhada de Lutero como monge e sacerdote. O historiador W.
Dallmann detalha esses passos tão importantes na formação de nossa igreja, de
como Deus instrumentalizou Lutero, nos seus conhecimentos e nas suas
convicções, para chegar a ser denominado de reformador.
No exemplar do ML do dia 31
nos chama a atenção a colocação da última estrofe do hino CASTELO FORTE, logo
no início superior esquerdo da capa.
A versão do hino “Castelo Forte”
e sua tradução (acima) tem como autor o português Jacob Eduardo von Hafe
(1886), tomada do espanhol, e que já constava do cancioneiro Salmos e Hinos,
das igrejas congregacionais fluminenses.
Os editores do exemplar de 31
de outubro detalharam muito bem como se deu a entrada de Lutero na Universidade
de Wittenberg. Interessante também é como o Eleitor Frederico procurou propagar
sua Universidade em meio a um mercado que já conhecia outras em Erfurt e
Leipzig. Lutero começou ali lecionando “Bíblia” em 1508, e, mais tarde, em
1518, foi a vez de Melanchton, formando eles assim importante dupla para todo o
período da Reforma, tanto do ponto de vista teológico como também acadêmico.