Uma igreja hibrida


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27/11/2020 #Reflexão #Editora Concórdia

Precisamos ter a sabedoria para ser uma igreja atuante no mundo real e também no mundo virtual.

Uma igreja hibrida

          Escrevo este texto depois de mais um abençoado Conselho Diretor, que, pela primeira vez, realizou-se virtualmente. Líderes da IELB, de todos os cantos de nossa nação, dialogaram a respeito do “novo normal” e a postura de nossa querida igreja, na busca de adequar-se à transformação profunda que esta pandemia trouxe à forma de viver.

         Nesse contexto, diante de tantas oportunidades e estratégias, uma expressão continua vindo à minha mente: uma igreja híbrida. O termo híbrido tem sido usado na área da educação para demonstrar justamente esse novo cenário, essa mistura de atividades presenciais e digitais. Parece-me que a barreira entre o real e o virtual está cada vez mais fina, se é que ela ainda existe. E o ser igreja está nessa tensão do novo normal. Uma igreja híbrida está com um pé no virtual, nas oportunidades que as redes sociais proporcionam, e outro pé no mundo real, da comunhão, do calor humano, do estar na Casa do Senhor para o dia de culto.

         Fico muito feliz em ser pastor de uma igreja que não se calou e não se escondeu atrás de uma pandemia. Justamente quando a sociedade precisava de conforto e de palavras de orientação, não silenciamos, mas proclamamos o Cristo para todos de uma forma pela qual até então parecíamos discretos: o mundo on-line. Com a bênção do Espírito Santo, aprendemos ainda mais a ser uma igreja confessional e missionária neste universo repleto de oportunidades. E se este cenário do “novo normal” consolidou algumas marcas e ações, percebe-se que nossa igreja luterana reforçou a imagem de uma igreja séria, com credibilidade, comprometida com a Palavra de Deus e com uma relevante mensagem para a sociedade.

         Porém, como nem tudo são flores, precisamos ter a sabedoria para ser uma igreja atuante no mundo real e também no mundo virtual. Por mais que seja confortável e prático assistir a um culto de dentro de casa, eliminando até mesmo os riscos dos grandes centros (violência, trânsito), precisamos lembrar que o estar na casa do Senhor é importantíssimo. As facilidades do mundo digital não podem apagar as palavras do Salmo 122: “Fiquei alegre quando me disseram: ‘Vamos à casa de Deus, o SENHOR’”. Os sacramentos do batismo e da ceia são presenciais. Sem falar nos maravilhosos encontros e congressos que, no pós-pandemia, voltarão a ser realizados. E, claro, precisamos lembrar que a comunhão cristã é um dos temperos que dão grande sabor à vida.

         Depois que a poeira da pandemia baixar, não podemos esquecer de continuar pisando no solo fértil do mundo on-line. Precisamos lembrar com carinho do que o Salvador ressuscitado disse, no primeiro Domingo de Páscoa, aos seus discípulos que estavam trancados e escondidos em Jerusalém: “Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês” (Jo 20.21). O melhor conteúdo temos em nossas mãos, em nosso coração, em nossos lábios: o amor de Deus. Precisamos continuar indo, mesmo quando o “indo” for estático, dentro de uma casa ou de um templo, diante de uma tela. Mas a mensagem cristã, esta sim, continuará “indo” e alcançando pessoas de perto e de longe.

         Igreja híbrida. Seria este um bom termo para expressar o sermos uma igreja confessional e missionária diante dos novos tempos? Bem, a resposta deixo a seu critério. Mas o excelente Conselho Diretor on-line que tivemos foi um belo exemplo destes novos tempos.

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Bruno Krüger Serves

Pastor em Candelária, RS

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