O nascimento de Samuel tem tudo a ver
com oração. Ana orou a Deus, ele a ouviu e lhe deu Samuel. Este, por sua vez,
num misto de sacerdote, juiz e profeta, também ouviu a Deus e, firme nos
caminhos de Yahweh, conduziu o seu povo na difícil transição do período dos
juízes para a monarquia de Israel. E tudo começou com a oração de uma mulher
estéril, que clamou fervorosamente a Deus por um filho.
No Antigo Testamento, a atitude de
Ana – refletida na forma e no conteúdo de sua oração e de seu cântico em
1Samuel 1, 2 – é exemplar e sintetiza duas lições básicas sobre a oração.
A primeira dessas lições é que quem
ora, ora com todo o ser. Orar é envolvimento profundo, entrega total. O verbo
“orar”, no hebraico bíblico, é lehithpalel. Como é próprio das
línguas semíticas, a raiz hebraica de “orar” é formada por três letras,
um pê e um duplo lámed. Ao longo dos séculos, a
piedade judaica viu nisso uma conexão entre o orar e o Shemah Israel (“Ouve,
ó Israel!”), registrado em Deuteronômio 6, já que a letra pê tem o mesmo som da
palavra “boca” (pê) em hebraico, e a letra lámed remete
à primeira letra de “coração” (lev). Como Jesus ensinaria no Novo
Testamento, orar não é usar de “vãs repetições” (Mt 6.7-14); no orar genuíno, o
que a boca fala brota do mais profundo do ser, do coração, no qual, conforme a
percepção do Antigo Testamento, o pensamento, mesclado aos sentimentos, se
organiza. Ao orar, a criatura se coloca diante de Deus Criador, a ele se dirige
e com ele entra em comunhão “com todo o coração, com toda a alma e com todo o
entendimento” (Dt 6.5). Enfim, é orar com o fervor de Ana, com o ser completo,
entregando-se aos ouvidos e aos cuidados de Deus, na esperança de ser por ele
ouvido e atendido.
A segunda lição também vem de um
olhar mais atento ao verbo “orar” em hebraico. Lehithpalel está
numa forma reflexiva. Em termos práticos, a pessoa que ora, ao fazê-lo, é parte
da solução pela qual anseia e precisa estar aberta a sê-lo. O teólogo e
pensador dinamarquês Sören Kierkegaard parecia saber disso quando disse que “a
função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza
daquele que ora”. No caso de Ana, isso se verifica em sua atitude de devolver
Samuel a Deus, levando-o ao templo para ser educado por Eli. Ana não apenas
estava envolvida com o que pediu, mas sendo agraciada, teve sua vida
transformada e contribuiu, por meio de seu filho Samuel, para impactar a vida
de todo o seu povo. O cântico de Ana, aliás, serve de base para outro, o de
Maria (Lc 1.46-55), em que esta, numa atitude igualmente humilde e altruísta,
também louva ao Senhor pela oportunidade de servir a Deus e ao seu povo.
Essas duas lições foram vividas
magistralmente por Jesus Cristo, que é o vínculo entre o Antigo e o Novo
Testamento. Sua vida toda, em palavras e atos, foi uma oração de entrega
absoluta e um compromisso integral com o Pai. Ao orar pelos pecadores, recaiu
sobre ele próprio o peso dos pecados da humanidade, e “pelas suas feridas fomos
sarados” (Is 53.5c). Por meio de Jesus – que é o nosso Amém – Deus nos ouve,
acolhe e perdoa.
Paulo Roberto Teixeira
Pastor e secretário de Tradução e Publicações da Sociedade Bíblica do
Brasil
Fonte: ULTIMATO ONLINE – 21
de dezembro de 2020 – publicado com autorização.
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