Ainda hoje
isso ressoa em meus ouvidos. A pequena mal sabia falar, mas sabia exatamente
qual livro amava e quais histórias queria ouvir.
O livro
grande... Era um livro de histórias bíblicas com bonitas ilustrações. As
histórias não eram longas, na verdade só resumos de cerca de 15 linhas. Já as imagens,
ah, essas eram grandes e cheias de detalhes. Todo dia ela encontrava algo de
novo nas mesmas figuras e todo dia dava para contar um pouco mais sobre aquilo.
E essas eram as “devoções” daquela criança de Jesus.
Quando nossos
pais faleceram, esse livro foi sorteado entre os irmãos. Todos o queriam, todos
o amavam, mas só uma família poderia lê-lo para seus “pequenos”. É um tesouro,
quiçá um dos mais valiosos que nossos pais deixaram para nós.
O livro... Em
muitas famílias, esse tesouro sequer chega a ser aberto. Muitos o consideram– a Bíblia – uma “relíquia” decorativa, até tiram o pó da capa toda
sexta-feira, porém seus filhos e os filhos desses filhos não fazem ideia do que
está escrito ali dentro. E eles crescem tão rápido, vão à escola tão cedo, seus
corações ficam incertos buscando um apoio, um chão, uma palavra, alguns minutos
para nutrir suas almas, mas ninguém tem tempo. Para a cama... Para a
cama, rápido, rápido: um beijo, uma pequena oração e... fim!
Que infância
mais triste e vazia que nossas crianças têm hoje: na sabedoria da
hipermodernidade, não se tem tempo algum para “histórias bíblicas”. Nós tomamos
todo o cuidado para desde cedo dar a comida certa e esquecemos que os pequenos
também têm uma alma que precisa ser alimentada diariamente. Nós levamos os
pequenos ao batismo – e, no entanto, permitimos com que a plantinha da fé recém-brotada
definhe de sede. Por meio do Batismo é fixada a “pedra angular” do edifício da
fé, todavia logo cessamos de ajudar na sua construção. E assim, ele fica todo
coberto de mato e ervas daninhas.
E quando os
pequenos crescem, nós ainda nos impressionamos que eles não tenham qualquer
interesse em saber da Palavra de Deus... Que eles só se preocupem com o mundano
– “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (Is 22.13); que eles não deem
valor nenhum àquilo que veio antes deles ou ao tesouro que é a Santa Escritura,
pois eles simplesmente não a conhecem... A falta de respeito para com pais,
professores, autoridades, a pátria, a Palavra de Deus e, sobretudo, em relação
ao sofrimento ao qual nosso Salvador se sujeitou, tem o seu motivo. Nós não
alimentamos a alma dos pequenos, não passamos adiante o amor à Bíblia,
não edificamos seus coraçõezinhos com histórias bíblicas, canções e orações,
mas, em lugar disso, deixamos essas plantinhas da fé serem consumidas pelas
ervas daninhas da vida.
Que
responsabilidade...
Nosso Salvador
continua como sempre foi: paciente e bondoso. Ele vai nos perdoar se, de
coração, reconhecermos nossos pecados e então... Começarmos uma nova vida
com nossos filhos, sobrinhos e priminhos.
Portanto,
tomemos o tesouro em nossas mãos! Encontraremos consolo e nossas crianças
amarão e valorizarão este livro: a Bíblia!
Rosemarie
K. Lange
Texto
original escrito em alemão em outubro de 1990
Tradução de Jonathan Sepúlveda Teixeira em março de
2021
Assine o mensageiro luterano e fique por dentro dessa e outras notícias
A arqueira branca deixa de lado seu arco. Esquece seu treino, esquece suas costas vergadas. Pega seu filho tão querido, tão sofrido nos braços e, sentindo uma imensa dor em seu coração, entrega ...
Conselheiros destacaram o momento de fortalecimento e crescimento, com os projetos educacionais se consolidando e resultando em aumento do número de alunos matriculados nas escolas da rede luterana
Importância de transmitir a Palavra aos filhos levou servas a aderirem à temática do Congresso Nacional da LSLB e convidarem seus familiares a participar