Nova vida, novas palavras e atitudes


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27/07/2021 #Reflexão #Editora Concórdia #Exclusivo Assinantes

Ser renovado por Deus e nascer de novo pela ação do Espírito é ter a alegria da salvação, não só pela certeza da vida nova e eterna, conquistada pela obra salvadora de Cristo, mas também ter ...

Nova vida, novas palavras e atitudes

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me lances fora da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Sl 51.10-12, NAA).

 

Cantamos estas palavras do salmo 51 no ofertório de nossa liturgia tradicional. Logo depois, os versículos 13 e 15 nos mostram para que o salmista quer um coração puro e limpo, um espírito reto e inabalável, a alegria da salvação e o espírito voluntário para obedecer ao Senhor: “Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará o teu louvor”.

Ser renovado por Deus, nascer de novo pela ação do Espírito e assim ter a alegria da salvação não somente garante ao cristão a vida nova e eterna, ou seja, que pela fé em Jesus ele já tem a coroa da vida (Ap 2.10), conquistada pela obra salvadora de Cristo, mas também dá um novo sentido e propósito para a sua vida enquanto espera o prêmio final: ensinar aos pecadores os caminhos do Senhor e proclamar seu louvor.

 

A vida nova, criada no novo nascimento do batismo pela ação do Espírito Santo (Jo 3.1-15; Tt 3.5-7), nos leva a ter novas palavras, um novo discurso, para poder louvar ao Senhor e mostrar aos pecadores como nós o caminho da salvação de Deus – Jesus Cristo.

 

Na Bíblia, temos muitas pessoas que, depois de terem suas vidas mudadas por Jesus, saíram falando sem medo nem vergonha de sua nova vida e de seu Salvador.

 

Vejamos alguns exemplos:

  O ex-endemoniado geraseno (Mc 5.1-20), que pediu a Jesus para ficar com ele, depois de ter sido livrado do espírito imundo. Jesus lhe respondeu que deveria ir para sua casa e família e contar-lhes o que o Senhor havia feito e como havia recebido misericórdia. Ele foi, diz Marcos, e “começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe tinha feito; e todos se admiravam”.

  A mulher samaritana no poço de Jacó (Jo 4.1-42), que depois de uma conversa na qual Jesus mostrou a ela seu pecado e se apresentou como o Messias prometido, foi para a cidade e deu testemunho de Jesus, e, diz João, “muitos samaritanos daquela cidade creram em Jesus, por causa do testemunho da mulher”.

  Os cristãos espalhados por causa da perseguição que começou após a morte de Estevão (At 8.1-4), que chegaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, falando do evangelho aos judeus e não judeus, e lá muita gente creu em Jesus (At 11.19-26).

Da mesma forma, ao longo dos séculos, cristãos em toda parte, tanto em situações de perigo como na vida normal e comum, em suas vocações diárias, deram testemunho de que estavam mortos para o pecado e vivos para Cristo (Rm 6.11).

Hoje, diante de tantos discursos religiosos e tantas ofertas de “salvação”, somos desafiados a seguir os passos destas testemunhas do evangelho e falar sem medo nem vergonha que somos novas pessoas, mortas para o pecado e vivas para Cristo, que não se conformam com as palavras e costumes do mundo sem Deus, porque somos transformados na mente e no coração pelo mesmo Espírito que deu fé, coragem e sabedoria a todos esses irmãos na fé do passado.

Em uma época de tanto relativismo e de uma cultura que muda constantemente, somos desafiados a manter a mente e o coração puros, pensando “em tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama” (Fp 4.8 – NAA), porque “a boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6.45 – NAA).

Somos chamados a ser cartas escritas por Cristo (2Co 3.2-3), que apresentam ao mundo palavras de vida, de alegria e salvação que brotam de um coração cheio do amor de Cristo e governado por sua paz. Para que seja assim, é necessário que a Palavra de Cristo habite abundantemente entre nós, como ensina o apóstolo Paulo em Colossenses 3.14-16.

Somos convidados a nos aproximar das pessoas, cada um em seu lugar e vocação (fisicamente e virtualmente), com humildade e paciência, oferecendo a elas os ouvidos e quem sabe um ombro ou um abraço, para derrubar muros e construir pontes, criando canais de comunicação e confiança, para que, quando temos oportunidade, falemos que temos visto e ouvido, da paz que temos em Cristo (Rm 5.1) e de sua salvação oferecida a todos os pecadores.

O próprio Jesus prometeu que seu Espírito nos fará lembrar de suas palavras (Jo 14.26) e que ele estará conosco quando falarmos de seu amor (Mt 28.18-20).

Em cada novo amanhecer somos novas pessoas pela misericórdia do Senhor (Lm 3.22-23; Rm 12.1-2). Por isso podemos dizer com confiança e alegria: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2.20 – NAA).

Podemos, assim, viver cada novo dia com nova vida e novas palavras – palavras de salvação!

 

Leandro Hübner

Pastor em Sorocaba, SP

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