O esporte na JELB


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02/09/2021 #Editora Concórdia #Jovens #Congregações

A prática esportiva dentro da igreja reúne pessoas de todas as idades e com diferentes habilidades.

O esporte na JELB

A prática esportiva dentro da igreja reúne pessoas de todas as idades e com diferentes habilidades. Há aquelas com talento para o futebol ou atletismo, outras preferem as partidas de knips e tênis de mesa, enquanto outras ainda se dão melhor na torcida e motivação aos outros que jogam.

Uma outra diferença – e talvez a maior delas – é a forma como ela acontece em cada região e distrito, com regras e modalidades diferentes. Confira trechos das entrevistas realizadas com jovens das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Além disso, trazemos uma entrevista especial com um jovem luterano que iniciou sua carreira esportiva nos encontros distritais e hoje é jogador em um time de futebol profissional.

*Importante: as entrevistas foram realizadas em agosto de 2021, mas baseadas nos encontros antes da pandemia de Covid-19.

Leia a matéria O esporte e a corrida na fé clicando aqui.

 

REGIÃO SUL

Yuri Kruschardt Alves

União Juvenil: UJEPEL

DIJESUL (Distrito Juvenil Sul 1)

Pelotas, RS

O coordenador esportivo é eleito junto com a diretoria? Quais são suas principais atribuições?

Os coordenadores esportivo e cultural são eleitos junto com a diretoria, mas têm mandato de um ano, enquanto o restante da diretoria permanece por dois anos. As principais atribuições são, assim como as de qualquer outro membro da diretoria, prezar pelo melhor de todo distrito e organizar o melhor congresso esportivo possível.

Como são realizados os encontros esportivos?

Os encontros esportivos são realizados pela diretoria do DIJESUL junto a alguma juventude que esteja interessada em sediar o congresso. Ele ocorre uma vez por ano, mais especificamente no final, e conta com três modalidades: futsal, vôlei e pingue-pongue, ambos nas categorias masculino e feminino. Geralmente temos entre 200 e 300 inscritos no congresso.

Os jovens jogam após as reuniões da juventude, têm dia de treino ou a escolha dos times ocorre apenas na hora dos congressos?

Isso varia de juventude para juventude. Por exemplo, na UJEPEL, que é a minha juventude, jogamos tanto depois da reunião como temos nosso dia de treino durante a semana. Como a nossa comunidade tem quadra para jogar, acaba facilitando um pouco. Em relação aos congressos, geralmente recebemos as listas de cada modalidade esportiva com os nomes dos participantes, assinadas pelo pastor responsável por cada juventude, em uma reunião que ocorre 21 dias antes do evento.

O que acha de ter esse espaço dentro da igreja para incentivar também novos talentos? Para a arbitragem são contratados profissionais?

Sobre esse espaço que desenvolvemos para incentivar a prática de esportes, acredito que não irá demorar muito para algum nome sair do nosso distrito para competir em alto nível. O pessoal é muito empenhado em ensinar os mais novos a jogar, então acredito que em algum momento haverá, sim, um atleta profissional oriundo do nosso Distrito. E sobre a arbitragem, ela não necessariamente precisa ser formada por profissionais, porém, gostamos de contratá-los pela imparcialidade e para tirarmos o maior proveito do congresso esportivo.

Esses encontros esportivos promovem também a integração entre os jovens. Qual a importância de a união juvenil estar presente e apoiar seu time com sua torcida?

Sim, promovem, e muito, a integração com os jovens. Encontrar os amigos de outras juventudes para ver os jogos, tomar um mate ou conversar... não tem coisa melhor. E sobre a torcida, é muito legal ver o pessoal torcendo, geralmente todo mundo sabe o quanto o time treinou para conseguir jogar bem, e ajudam, dando a motivação do lado de fora da quadra.

Como foi para você esse último ano, em que esses encontros esportivos não puderam ocorrer? Como você acha que será o reencontro?

Esses últimos anos foram muito tristes, não é, não só pelos congressos, mas por todos os outros eventos que são muito mais importantes. Agora, sobre o reencontro, acho que vai ser incrível. Em princípio, o nosso primeiro encontro com as outras juventudes vai ser o Congresso Cultural, e eu tenho certeza que o pessoal vai vir com umas peças e músicas incríveis para louvar a Deus, reencontrar os amigos e botar todos os assuntos possíveis em dia.

Carolina de Castro Schimit

União Juvenil: JUTRIPEL

DIJESUL (Distrito Juvenil Sul 1)

Pelotas, RS

Qual é a sua motivação para participar dos encontros/congressos esportivos?

Gosto de participar para encontrar amigos, conversar, torcer e jogar. Mas quando se trata de competição, a ideia é sempre buscar o melhor resultado possível, mas com todo o respeito e bom senso, sabendo que em uma competição sempre tem um vitorioso e um perdedor. Em nossa juventude são marcados treinos só para a prática esportiva, e, quando se aproxima o evento, também são realizados jogos antes ou após a reunião da juventude.

Já foi realizado algum tipo de encontro esportivo com jovens de outras igrejas de sua cidade?

Sim, através da Superliga Trindade, que é um evento de voleibol realizado pela minha união juvenil, anualmente; os jovens da Igreja de Confissão Luterana participam. Nós também participamos de eventos da igreja deles. Ocorre uma boa integração.

Você já viu jovens se destacarem nos encontros esportivos? O que acha de ter esse espaço dentro da igreja para incentivar também novos talentos?

Atletas de nível amador, sim, mas profissional, não. O esporte, tanto para a parte física quanto psicológica, é importante para o crescimento de cada pessoa. E implantando essa cultura dentro da igreja, com jovens, acaba não os deixando soltos no mundo.

Como acha que será o reencontro das uniões juvenis?

O encontro esportivo é esperado durante todo o ano, por todos os jovens, ou pelo menos para a maioria deles. Sem esse evento, foi um momento triste, mas necessário no período em que estamos vivendo. Acredito que os próximos encontros serão de extrema expectativa e ansiedade, para matar a saudade de um evento tão importante na vida dos jovens.

 

REGIÃO SUDESTE

Talita Holz Badke Monjardim

União Juvenil: Jelpaz

DIESNORTE (Distrito Espírito Santo Norte);

Barra de São Francisco, ES

*Atualmente Talita participa do Distrito Juvenil Rio Doce (DJRD)

Como são realizados os encontros esportivos em seu distrito?

O costume era serem realizados em dois dias, sábado e domingo, com várias modalidades de esportes, para que o máximo de jovens participasse. No último evento que foi possível realizar antes da Covid-19, ocorreram juntos o congresso espiritual e o encontro esportivo, sendo votado em plenária a permanência desse formato de eventos.

Em quais modalidades esportivas você costuma participar?

Participei somente uma vez de uma partida de vôlei, desde o início participava da organização dos eventos, motivo pelo qual não participava dos esportes em si.

Qual é a sua motivação para participar desses encontros/congressos esportivos?

Sempre gostei de participar dos eventos da juventude, não importa se jogando ou não, sempre é bom rever os amigos feitos ali. Como parte da diretoria durante um tempo, observei que a maioria dos participantes eram os jogadores mesmo, poucos eram os que iam somente para assistir aos jogos.

Dentro de sua união juvenil, existem encontros realizados apenas para a prática esportiva ou normalmente ela acontece antes/após a juventude?

Na união juvenil da qual fazia parte não era comum fazer treinos pensando nos encontros esportivos. Poucas juventudes do distrito o faziam, o normal era montar os times no dia e entregar as fichas para os organizadores. Possuíamos uma regra, para motivar as uniões a se organizarem com antecedência em suas congregações: somente poderiam participar membros da igreja ou jovens não membros que vinham participando da união juvenil; bem como não era aceito o empréstimo de jogadores de outras uniões juvenis.

Já foi realizado algum tipo de encontro esportivo com jovens de outras igrejas de sua cidade? Como foi?

Na minha cidade, não, mas fizemos um intercâmbio com outra união juvenil na cidade deles, foi produtivo, aumenta os laços. Duas outras uniões também o fizeram no distrito, o que gerou a quebra de inimizades que havia.

Você já viu jovens se destacarem nos encontros esportivos e depois seguirem para serem atletas profissionais?

Somente o Richarlison, hoje jogador da Seleção Brasileira, era amigo de nossos jovens, e já chegou a jogar com eles na quadra da igreja algumas vezes.

Como foi para você esse último ano em que esses encontros não puderam ocorrer? Como você acha que será o reencontro das uniões juvenis?

É preocupante o que essa pausa nas atividades, de forma tão prologada, pode causar nas uniões juvenis. Aqui, acreditamos que a presença física é o que faz a diferença. Sempre fomos fortes em congressos presenciais, e temos participações em números bem menores nos online, e no retorno às atividades normais, pode haver uma quebra na participação dos jovens.

 

REGIÃO NORTE E NORDESTE

Lara Silva

União Juvenil: JELC

DIVATINS (Distrito Vale do Tocantins)

Teresina, PI

Os congressos distritais envolvem estados do Norte e Nordeste (TO, MA e PI), e, quando são interdistritais, abrangem também o PA, AP e MT. Como são muito distantes uma união juvenil da outra, a gente só tem um encontro anual. Não há encontro esportivo específico, mas dependendo de quem organiza o congresso, promove um dia com gincana e parte esportiva.

Geralmente, o que temos de esportivo acontece nos momentos de lazer, quando os próprios jovens se reúnem para jogar futebol, vôlei... mas não é algo dentro da programação oficial, mas, sim, para integração mesmo. Por causa disso, não há regras, regulamento e nem premiação. É algo mais informal, de iniciativa dos próprios jovens.

O congresso distrital é um compilado de tudo: cultural, esportivo e espiritual. Um “intensivão”, em três ou quatro dias. Mesmo assim, são encontros muito edificantes. Inclusive tenho muitas saudades desses encontros. E nesse período, a gente tentou fazer encontro online para se rever e estudar um pouco.

Por causa das distâncias, não tem encontro esportivo nem entre uniões juvenis. A mais próxima fica a 300 quilômetros. Não tem essa interação em relação a esportes. E também nunca teve com outras igrejas da cidade.

No distrito, não tem o cargo de coordenador esportivo, mas na minha união juvenil, em Teresina, temos o cargo de coordenador de lazer. Isso não abrange só a parte de esportes, mas brincadeiras em geral, gincanas, etc. A gente colocou esse cargo para facilitar, principalmente, na organização de retiros. Essa pessoa, que é eleita junto com a diretoria, fica responsável também pelas brincadeiras das próprias reuniões da juventude, de todo domingo. Não temos o costume forte de esportes. O pessoal gosta de separar um tempo depois das reuniões da juventude para jogar futebol ou queimada – que o pessoal gosta muito, e a gente aqui chama só de “queima”. Pelo histórico da nossa juventude, o esporte e a música foram algo muito forte para entrada de pessoas na UJ. Mas isso há muitos anos.

A gente passou esse tempo afastado (pandemia), e agora que retornou de vez com as reuniões presenciais, o pessoal quer participar de tudo. A gente faz a reunião, estudo bíblico, termina bem tarde, e ainda assim o pessoal quer ficar, jogar alguma coisa, um futebol ou mesmo jogos de tabuleiro. O pessoal quer ficar junto. Acho que isso é reflexo de ficar tanto tempo afastado, porque antigamente a gente não tinha esse costume de ficar depois da juventude. Isso até me incomodava, como líder, porque terminava a reunião e a gente ia embora, mas agora não, ficamos juntos.


Confira aqui a entrevista feita com o zagueiro do Veranópolis, jovem luterano que iniciou sua carreira nas olimpíadas esportivas distritais. 

Douglas Zielke Kruschardt

23 anos, zagueiro do Veranópolis

UJEPEL – DIJESUL

Você costumava participar das olimpíadas de qual distrito? Em quais modalidades gostava de jogar?

Eu participava dos congressos do distrito DIJESUL. Sempre gostei mais do futebol, mas em congressos sempre queria participar de todas as modalidades, era bem “fominha” em relação a isso.

A sua União Juvenil se reunia para treinos ou organizava um time/equipe apenas quando ia para congressos?

Na maior parte das vezes, tínhamos treinos para as modalidades cerca de dois a três meses antes dos congressos, começávamos a reunir quem gostava de certa modalidade e íamos treinando. Geralmente, os treinos eram após a reunião de jovens.

O que você mais gostava desses momentos de congresso? Integração, competição, torcida?

Os congressos dentro do DIJESUL sempre foram muito intensos, em todos os sentidos, desde a competição dentro de cada modalidade, interação com outros jovens de juventudes diferentes, torcida, rodas de mate e conversa nos intervalos. Porém o que eu sempre gostei muito eram os finais de congressos, independentemente de ter ganhado ou não, todos se respeitavam e logo queriam estar ali novamente. E o hino da juventude no final representava isso, bah era show!

Você acredita que jogar com outros jovens também o ajudou ou motivou de alguma forma para seguir na carreira profissional? Você já jogava nesta mesma posição que joga hoje (zagueiro)?

Acredito que na época em que joguei já tinha a vontade e o desejo de jogar profissionalmente, porém o incentivo deles me ajudou a prosseguir com isso. Sempre joguei nessa posição, desde muito novo. Com certeza vi outros jovens que tiveram destaque nas quadras dos congressos, alguns chegaram a continuar carreira até às divisões de base de alguns clubes de futebol. E tenho certeza que ainda vão aparecer muitos outros.

Para você, qual a importância da fé para um atleta? Você consegue também organizar momentos para meditar, estudar a Palavra, orar?

Como na vida, no esporte você precisa saber que dias bons e ruins existem, momentos de tristeza e também de angústia, ansiedade e nervosismo, nós sabemos disso. Existem dias que você faz tudo certo, ao seu entendimento, e as coisas não saem como o planejado. Através da fé, tenho a certeza de que em todos esses momentos, Deus estará ao meu lado, e, mais do que isso, estará guiando todo esse caminho de acordo com a vontade dele. Então a fé me ajuda a ter mais entendimento sobre os acontecimentos que ocorrem no esporte e ter clareza para entendê-los.

Durante a semana eu sempre procuro meditar e ter momentos de oração e louvor em períodos de folga dos treinos e nas concentrações para jogo. Geralmente faço uso de músicas, de devocionários e Bíblia. Esses momentos me ajudam a ter concentração e motivação. Além, é claro, de encher o coração com a Palavra de Deus.

E qual o valor do apoio da família desde o momento da decisão de seguir carreira profissional até nas competições e jogos?

Isso sempre foi fundamental para mim, e acredito que sempre foi o que me manteve com o sonho vivo, pois sempre tive o apoio de minha família, em todos os momentos e sentidos. Por conta de competições e jogos, sempre viajei muito, e desde muito cedo, e minha família sempre esteve comigo e é assim até hoje. Ter o apoio deles para mim é um diferencial muito importante. Além de ter bons conselhos em certas situações difíceis, nas horas ruins ter a família ao meu lado é muito bom! Sou muito grato a eles por isso, e como sempre digo, eles fazem parte de todo esse processo!

Para você, os valores cristãos também ajudam a reconhecer e valorizar o trabalho e empenho de outros jogadores?

Com toda certeza, isso ajuda muito. Vivo em um mundo de competição diária e intensa. A capacidade de saber conviver e respeitar os diferentes tipos de personalidades que existem em um grupo grande de pessoas, aprendi desde muito novo, em cultos, congressos, escolinhas bíblicas e com os valores que minha família sempre me ensinou. Lembro que sempre fui ensinado a respeitar o próximo em todos os diferentes tipos de situações, e isso sempre foi uma coisa me ajudou, talvez até por isso, em alguns lugares que passei, fui líder das equipes. E como líder, sempre tentei passar esses valores cristãos através de minhas atitudes e ações, dentro e fora do campo, e sempre foi de muita valia.

Quero aqui fazer um adendo e também um agradecimento à IELB, aos pastores, aos distritos, às servas, aos leigos e aos jovens. Pois durante o período de minha formação como profissional, eu passei e morei em muitas cidades. E em todas fui muito bem recebido e acolhido nas comunidades que ali existiam, por pastores e pelos demais membros das comunidades. Lembro de muitas pessoas que me ajudaram a ir aos cultos, e de estar em momentos de convivência com os irmãos na fé. Agradeço também ao projeto das servas que visa arrecadar fundos para a construção de templos e para a formação de pastores, posso dizer que vi esse projeto dar certo e me sinto feliz com isso.

 

Compartilhe conosco também de que forma o seu distrito realiza encontros esportivos. Para você, qual a importância de momentos assim? Isso aumenta a integração ou rivalidade entre os jovens e uniões juvenis?

**Crédito da foto: Thaís Pfluck
**Crédito da foto de Douglas Kruschardt: Time de futebol do Veranópolis


Natacha Teske

Jornalista, São José, SC mensageiro@mensageiroluterano.com.br

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