Música, Reforma e Pandemia (parte 5)


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06/10/2021 #Editora Concórdia #Congregações

Confira a seguir a entrevista realizada com Paulo Wolffgram Filho, líder da Banda Novo Ser, de São Gabriel da Palha, ES.

Música, Reforma e Pandemia (parte 5)

Nesse período de pandemia, isolamento social e igrejas fechadas, a parte musical também precisou ser reestruturada para continuar. Muitas adaptações para os músicos, que não podiam mais fazer seus shows, mas também para as congregações, que antes tinham seus momentos de louvor em comunhão entre os irmãos. Confira a seguir a entrevista realizada com Paulo Wolffgram Filho, líder da Banda Novo Ser, de São Gabriel da Palha, ES.

 

 * Acompanhe também a matéria completa do Mensageiro Luterano, acessando aqui.

 

Para a Banda Novo Ser, quais as principais adaptações que precisaram ser feitas por causa da pandemia? 

A primeira preocupação foi com a saúde dos membros da banda, pois, geralmente, ensaiamos em um estúdio fechado, sempre muito próximos uns dos outros. Para os vocalistas, não era possível usar máscaras, e sempre estávamos muito apreensivos quanto ao risco de estarmos todos juntos ali. Mas buscamos nos proteger da melhor forma, ficamos atentos e, na manifestação de qualquer sintoma, os ensaios e eventos eram adiados.

A principal adaptação foi para os eventos online. A forma de comunicação e a própria dinâmica de uma apresentação virtual é bem diferente. Sem uma interação presencial, foi bem estranho, e também precisamos nos preocupar em aprender toda a parte de tecnologia que envolve uma transmissão online. A regulagem do áudio também foi bastante desafiadora. Qualquer erro, o som ficava distorcido ou desequilibrado na transmissão, o que exigiu muito preparo e testes antes dos eventos.

 

O que foi possível alcançar/realizar através das músicas disponíveis de forma online?

Assim como o mercado em geral buscou se adaptar rapidamente ao digital, a igreja e suas lideranças se mobilizaram rapidamente para se adaptarem à nova realidade. Assim foram criadas novas formas de realizar os cultos e eventos da igreja.

 Nossa Paróquia Cristo, de São Gabriel da Palha, ES, logo lançou uma campanha, e adquirimos os equipamentos básicos para fazer as transmissões com boa qualidade. A partir de então foram vários cultos e eventos de forma online, com participação de pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo. Isso também possibilitou gerar um grande acervo digital. Com o tempo, as atividades presenciais retornaram aos poucos, mas mantemos as transmissões até hoje.

 Também realizamos alguns eventos distritais para os jovens, pela JELB nacional, e também um evento social online aqui na cidade.

 

A ausência de pessoas na igreja, cantando junto, influenciou de alguma forma?

A sensação é diferente. Ouvir a igreja cantando junto com a banda é de arrepiar, e online ficou mais frio, é como se fosse um ensaio, mas com a responsabilidade de execução que se tem quando tocamos na apresentação. 

 

Ver que as pessoas estavam/estão mais frágeis, sensíveis e receosas com enfermidades é uma oportunidade de trazer o evangelho consolador? 

Sim, sempre que as pessoas estão fragilizadas, especialmente aquelas que foram atingidas diretamente pela pandemia, ficam mais sensíveis ao evangelho, buscam mais comunhão com Deus. Nossa Paróquia, em particular, ficou mais preocupada com o esfriamento, pois muitos não se interessaram/adaptaram aos cultos online.

 

De que forma o período que estamos vivendo influenciou ou interferiu na composição de músicas/arranjos ou escolha de repertório? 

Com a limitação de ensaios, basicamente mantemos o repertório em que já estávamos trabalhando.

 

Pensando na época de Lutero, ele usou a música popular para aproximar as pessoas da teologia. A Banda Novo Ser também traz músicas que são conhecidas dentro da própria igreja com novas versões e arranjos. Fale um pouco sobre esse propósito.

A igreja luterana tem uma herança musical riquíssima, que pode ser aproveitada e executada das mais diversas formas. Nossa banda sempre teve uma influência musical pop rock. Acho fundamental o músico tocar o estilo que gosta, assim ele vai praticar e se aperfeiçoar cada vez mais, melhorando sua qualidade de execução, tornando sempre prazeroso tocar na igreja.

 O grande desafio é conciliar um estilo musical com uma boa letra e ainda agradar os mais jovens e os mais velhos. Deste desafio surgiu a ideia de pegarmos os hinos tradicionais da igreja, muitos (ou a maioria) deles centenários, e criarmos novos arranjos com nosso estilo musical. E graças a Deus temos tido um feedback muito positivo desse trabalho, e, possivelmente, em breve investiremos em novos arranjos para mais hinos. 

 

Como foi participar e conduzir o louvor no congresso da LLLB? 

Foi muito bacana, ficamos bem felizes pelo convite e oportunidade de participar de um evento tão importante da igreja. A estrutura disponibilizada foi muito boa, nos dedicamos bastante com toda a equipe para ajustar os equipamentos de áudio e transmissão, e assim executamos as músicas com bastante confiança e conforto.

 O formato híbrido já possibilitou relembrarmos a sensação de tocar em um congresso; esperamos que logo voltem os congressos presenciais, estamos com saudades.

 

Visite o instagram da Banda Novo Ser, @novoseroficial, e confira as músicas ou clique aqui.

Natacha Teske

Jornalista, São José, SC mensageiro@mensageiroluterano.com.br

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