Às vezes, a pessoa só fica triste...


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10/02/2022 #Artigos #Exclusivo Assinantes #Reflexão

Nota do autor: Antes de começar a ler, saiba que aqui se trata de uma jovem senhora, mas poderia ser um jovem pai.

Às vezes, a pessoa só fica triste...

Havia uma senhora muito querida por sua família e por todos que a conheciam. Gostava de viver rodeada de gente e fazia o possível e mais para receber bem. Às vezes, gastava mais do que podia... Mas não se importava, porque era muito legal ter a família e amigos em casa.
Ela saía e nunca voltava de mãos vazias, sempre tinha um presentinho para o marido e os filhos. Coisa simples... Um chocolate, um doce, um salgadinho, um brinquedinho enquanto eram pequenos, aquela cerveja que o marido gostava.
Gostava de cozinhar para a família e sempre queria fazer o mais gostoso para eles. Não se importava de ficar horas à beira do fogão ou suando na beira do forno quente. Algumas vezes começava a pensar no almoço de domingo, ainda na segunda, porque queria temperar direitinho, preparar tudo e não deixar faltar nada.
Esta senhora sempre esteve feliz com isso, e ainda tenta se alegrar...
Mas alguma coisa mudou.

Certa vez, no aniversário do marido, ela e os filhos prepararam uma festa (das tantas que sempre faziam). Foram dias preparando carnes, pensando nas saladas, docinhos e, é claro, o bolo que o marido mais gostava.
O dia veio, e todos estavam muito felizes. Até chegar a hora de cortar o bolo.
Como é costume, ao aniversariante coube a tarefa... Ele foi cortando e entregando...
Aquela senhora, cansada das tarefas dos dias anteriores e já no fim da festa, sentou-se ao lado da mesa do bolo, sorridente, esperando seu pedaço de bolo.
O primeiro não foi para ela, mas para um amigo querido. Ela entendeu. O segundo, para um dos filhos, o terceiro, para os pais. Mais uma vez ela pensou: talvez eu também entregasse a esses primeiro.
E assim foi, pedaço por pedaço daquele delicioso bolo que representava a alegria de um aniversário.
A senhora começou a perder o sorriso quando viu que os convidados já estavam repetindo e, ninguém... NINGUÉM, sequer percebeu que ela tinha ficado sem. Pensou em pedir. Mas ficou triste e envergonhada por ter sido esquecida... Ela não se achava mais importante, nem queria o primeiro pedaço, só queria não ter sido esquecida.
Acabada a distribuição do bolo, com todos conversando entre si, sentiu-se mais sozinha ainda sentada à beira daquela mesa, mesmo no meio da festa da qual era a anfitriã. Ela se afastou do grupo, foi para um canto da casa...
Não sentiram sua falta, senão na hora de despedir-se. Ela, bondosa, despediu-se, agradecida pela companhia naquela ocasião.
Mas algo tinha quebrado...
Nos dias que se seguiram começou a perceber que apenas ela parecia se preocupar em alegrar o dia dos outros com seus pequenos gestos. E isso a deixou ainda mais triste.
Não. Ela não esperava presentes, retribuição ou algo assim, mas ter sido esquecida a deixou muito triste. E isso acabou por desmotivá-la dos pequenos gestos.
Também observou, nas conversas, que sempre que trazia um assunto, que cria ser divertido ou importante, nem começava a contar direito a história, outro interrompia, desviava, e sua história, que para ela era importante contar, ficava no ar... De tantas vezes retomando histórias, já não as compartilha mais, pois parece que elas são importantes apenas para si mesma... Para que contar... Assim, também começou a ficar mais calada.
Ela, agora, passa os dias tentando recuperar a alegria de fazer seus pequenos gestos de amor. Mas ainda não consegue. Quer compartilhar seus vídeos engraçados, suas alegrias e até os pequenos acontecimentos, mas para quê?
Quando sai e vê algo que seus filhos ou marido gostariam, já não compra mais. E isso a entristece mais ainda.

Ela vai superar isso. Ela aprendeu a perdoar. Aprendeu a valorizar os outros antes de si mesma. Ela aprendeu de Jesus. E as pessoas que andam com Jesus, em amor, superam também essas dificuldades.
Mas, compreenda, se alguém que sempre tinha muitos gestos “bobos” de carinho e amor, de repente parar... Quem sabe não sejam os seus gestos de amor e carinho que ele esteja esperando.

Ele não vai pedir, pois amor não se pede, nem se implora ou se exige. Amor se ensina amando. E a senhora (ou poderia ser um senhor) de nossa história ensinava e quer ensinar. Mas já não acha mais que valha a pena.
Ame!
Somos todos responsáveis por cuidar uns dos outros. Cuide de quem cuida de você.


Jarbas Hoffimann
Pastor

Nova Venécia, ES

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