O amor ao dinheiro e o desejo de prosperidade têm sufocado a fé de muitos cristãos.
O apóstolo
Paulo, quando passou pela cidade de Atenas, na Grécia, revoltou-se em face da
idolatria dominante na cidade (Atos 17.16-34). Havia templos e altares
dedicados a todo o tipo de divindades. Havia até um altar AO DEUS DESCONHECIDO.
Este foi o “gancho” que Paulo usou para anunciar o Deus verdadeiro. Paulo teve
a oportunidade de falar no Areópago, um dos principais pontos de comunicação da
cidade. Muitos ouviram a mensagem da ressurreição de Jesus, mas poucos creram.
Em todo o caso, um pouco da semente caiu em solo fértil e germinou.
PREOCUPAÇÃO!
É esta a minha sensação por coisas que tenho visto em nosso querido Brasil.
Morando aqui, a gente se acostuma aos poucos à situação. Mas, como no nosso
caso, depois de morar 14 anos fora, muitas coisas chamam a minha atenção desde
que voltei.
Muitas
lojas ostentam na vitrine estátuas de Buda. Em projetos de decoração de casas,
vistos em muitos programas de TV e no Pinterest, não pode faltar uma estátua de
Buda.
Numa
das minhas caminhadas pela cidade, encontrei uma loja esotérica anunciando uma
palestra com um índio xamã e uma sessão com ele após a palestra.
Passando
em frente à imponente catedral católica da minha cidade, me deparo com um grupo
de pessoas descendo de dois carros, vestidos de branco com umas roupas
estranhas. Fiquei observando. Foram até a porta da catedral e fizeram um
despacho ali, com todos os seus rituais.
Na
praia, um grupo fez uma enorme oferenda a Iemanjá, com muitas flores e frutas.
Deixaram na areia. Me aproximei e perguntei quem ia limpar aquilo depois. Eles
responderam: Iemanjá vem buscar à noite...
No
mercado central de Porto Alegre vi uma fila de mães com filhos pequenos no
colo. Fui verificar o porquê da fila. Diante de uma Casa de Artigos Religiosos,
uma mãe de santo, com um ramo de arruda, estava benzendo as crianças.
Um
amigo observou que um centro espírita perto da sua casa era frequentado por
vários luteranos que, de vez em quando, ainda vinham aos cultos. Apenas carros
de luxo estacionavam na rua em noites de sessão espírita.
Amigos
de velha data postam no Face fotos com participação em congressos espíritas, e
citam e curtem mensagens espíritas e budistas com a maior naturalidade. Por
mais lindas que sejam estas mensagens do ponto de vista humano, elas estão
impregnadas de engano para seduzir os menos avisados.
A pior
das idolatrias é a adoração dissimulada do Deus Mamon, como é chamado o amor ao
dinheiro. Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores. Não podeis servir
a Deus e às riquezas” (Lc 16.13). O amor ao dinheiro e o desejo de prosperidade
têm sufocado a fé de muitos cristãos, que acabam não achando mais tempo para ir
aos cultos e servir o Deus verdadeiro. Correm apenas atrás dos seus lucros. E
as igrejas estão esvaziando.
Isso
só para citar alguns exemplos que tenho vivenciado. Sei que os leitores do Mensageiro
teriam muitos outros exemplos a relatar.
Minha
esposa e eu moramos 14 anos na África. Não vi uma loja de “Artigos Religiosos”,
como são chamadas aqui as casas que vendem amuletos e objetos para adoração de
divindades africanas e indígenas. Sei que lá existem as religiões tradicionais,
nas quais os espíritos dos ancestrais são venerados ou invocados. Mas, lá, isso
acontece de forma discreta, não como aqui. Claro, dentro da liberdade religiosa
que, graças a Deus ainda temos em nosso país, perante a lei do Estado, isso
acontece de forma legal. E respeitamos isso, mas precisamos ficar atentos para
não sermos confundidos em nossa crença sobre o objeto da nossa fé que é tão
somente Jesus Cristo, o único caminho, a única verdade que conduz para a vida
eterna no céu, como nós é dito em João 14.6.
Graças
à misericórdia divina, Deus ainda preservou mais de dez fiéis no Brasil. Em
Sodoma, nem isso havia (Gn 18.32); e foi destruída, salvando-se apenas Ló e sua
família. Deus também preservou em nosso país mais de sete mil que não beijaram
a imagem de Baal, como aconteceu no tempo do profeta Elias (1Rs 19.18). Quando
Elias achava que só ele havia restado fiel a Deus (1Rs 19.14), o Senhor o
consolou e colocou a seu lado um grupo de fiéis. Graças a isso, Deus ainda nos
tem preservado e abençoado.
As
igrejas, em geral, têm colocado a Bíblia na mão do povo, o que possibilita a
muitos chegar ao conhecimento da verdade, apesar de pregações distorcidas por
parte de muitos.
As
orações pela pátria têm se multiplicado, e vemos na mídia muitos reafirmando a
sua fé e esperança no Senhor Jesus Cristo. O Mensageiro Luterano do mês
de setembro deu um bom exemplo de oração pela pátria, sem partidarismo sectário.
O
nosso Areópago de hoje, de onde podemos propagar a verdade e dar testemunho de
nossa fé, é a internet e todos as ramificações que ela põe à nossa disposição.
São inúmeras oportunidades que temos, e a igreja está fazendo bom uso desse
meio. É um dos bons frutos da pandemia, que desafiou a igreja a usar os meios
de comunicação que temos à disposição. A IELB se saiu muito bem nesse desafio.
A Hora Luterana, a Rádio Cristo Para Todos, a iniciativa de muitos pastores,
leigos e congregações é encorajadora. Não podemos parar, mas continuar cada vez
mais a usar estes meios para divulgar o evangelho. Muita semente está sendo
semeada. Talvez pouca cresça; mas isso não nos deve desanimar. Deus sempre tem
trabalhado no coração de muitos, chamando-os à fé verdadeira.
Preocupado?
Sim! Mas, como o apóstolo Paulo, convicto da verdade e usando as oportunidades
que temos para testemunhar o Deus verdadeiro, o Criador de todas as coisas, o
Salvador da humanidade, e o Santificador de nossas vidas.
Carlos Walter Winterle
Pastor emérito
Santa Cruz do Sul, RS
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