Qual é o papel do cristão na política?


26/01/2022 #Publicações #Editora Concórdia

Livro da semana

Qual é o papel do cristão na política?

O objetivo do livro Política é coisa do diabo? não é emitir juízo de valor sobre onde Deus deve ou não estar em campanhas políticas partidárias. Não é pretensão da obra arrogar-se como um manual de conduta político-partidária ou mesmo como os cristãos devem ou não se portar. Paulo diz aos Gálatas que foi para nos dar liberdade que Cristo morreu e ressuscitou. Este livro quer dialogar e debater o papel do cristão na política. Para muitos, ela é “coisa do diabo”. Para outros, é meio de sobrevivência. Para outros tantos, é impossível separar a vida em igreja da vida partidária. O que a Bíblia fala sobre política? O que ela sugere a respeito da participação do cristão na esfera pública? O que os pais na fé, como Martinho Lutero, têm a contribuir com o assunto?

 

Sobre os autores:

Marcel van Hattem, 36, é gaúcho e frequenta ativamente a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). É Bacharel em Relações Internacionais com especialização em Direito, Economia e Democracia Constitucional. Mestre em Ciência Política e em Jornalismo, Mídia e Globalização por instituições internacionais. Foi eleito em 2004, aos 18 anos, vereador de Dois Irmãos, RS. Em 2018 se elegeu deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul, cargo que exerce até hoje.

Tiago J. Albrecht, 36, é paranaense, casado com Aline Koller e pai de Rafael e de Teodoro. É Bacharel em Teologia, com pós-graduação em Ministério Pastoral. Cursa Mestrado em Teologia no Seminário Concórdia. Em 2009, foi ordenado pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). Participou de dois processos eleitorais como candidato. Atualmente é comentarista de rádio e tv no Rio Grande do Sul.

 

Autores: Marcel van Hattem / Tiago J. Albrecht

Dimensões: 14 x 21 cm

Número de páginas: 112

 

Adquira aqui.

 

Leia a introdução do livro Política é coisa do diabo?

 

O cristão e a política

As eleições gerais de 2018 marcaram, de forma indelével, a presença da religião no cenário político brasileiro. Desde o fim do regime militar, em meados da década de 1980, foi a ocasião em que política e religião estiveram mais visceralmente amalgamadas no espectro político. O próprio slogan do candidato vencedor foi “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. 

Por óbvio, esse fenômeno não acontece de maneira fortuita. Não é ao acaso que Deus “sobe o palanque” e vira mote de campanha. Momentos após a apuração do segundo turno do sufrágio brasileiro, um dos primeiros movimentos do candidato eleito é pedir uma oração a um amigo e pastor evangélico. Deus subiria a rampa do Planalto em breve. 

De acordo com o IBGE, em 2010 havia pouco mais de 42 milhões de evangélicos no Brasil. O próximo censo, em 2020, deverá trazer algo como 50 milhões de fiéis nesse segmento, de acordo com estimativas. Existe um nicho de mercado voltado totalmente para os evangélicos. Igrejas, hoje, são as maiores clientes das emissoras de rádio Brasil afora. Há emissoras de televisão pertencentes a fundadores de igrejas. Há partidos políticos ligados umbilicalmente a denominações evangélicas. E, por fim, mas não menos relevante, existe a assim chamada “Bancada Evangélica” no Congresso Nacional, que congrega 91 parlamentares. 

Além disso, a mistura de religião e política no caldeirão político proporcionou embates infinitos nas redes sociais, especialmente entre irmãos e irmãs cristãos, que buscaram provar - geralmente com a Escritura Sagrada - que o cristão verdadeiro deveria votar em A, B ou C. Isso gerou desavenças, baixas em grupos de WhatsApp e, em casos mais sérios, houve rompimento de amizades longevas e até celeuma debaixo do mesmo teto.

Em tempos de exacerbada polarização na política, fato é que a tentação é muito grande em elencar os versículos bíblicos favoritos, mirar nas pessoas que votam ou manifestam voto em espectro político diametralmente oposto e fazer teologia a seu próprio modo para, então, dizer: “Viu, a Bíblia fala claramente o partido em que devemos votar!”

 

Será?

O objetivo deste livro não é emitir juízo de valor sobre onde Deus deve ou não estar em campanhas políticas partidárias. Tampouco é pretensão da obra arrogar-se como um manual de conduta político-partidária ou mesmo como os cristãos devem ou não se portar. Paulo diz aos Gálatas que foi para nos dar liberdade que Cristo morreu e ressuscitou. 

Não obstante, o escopo deste trabalho é, sim, dialogar e debater o papel do cristão na política. Para muitos, ela é coisa do diabo. Para outros, é meio de sobrevivência. Para ainda outros tantos, é impossível separar a vida em igreja da vida partidária. O que a Bíblia fala sobre política? O que ela sugere a respeito da participação do cristão na esfera pública? O que os pais na fé, como Martinho Lutero, têm a contribuir com o assunto?

O apóstolo Paulo, quando escreve aos Efésios no capítulo 2.8-10, relata que somos salvos pela graça, mediante a fé, sem as obras da Lei. Porém, em seguida, o apóstolo relata que fomos criados para as boas obras. Obras são ações. E estas ações, por óbvio, acontecem neste mundo, nesta vida, a partir das vocações às quais ele nos chamou. 

E, neste livro, iremos mostrar que não há dúvidas de que a vocação política é uma dessas oportunidades para realizarmos as boas obras de que fala Paulo. Afinal, a própria definição de politikós contrasta com a vocação cristã: “aquele que coloca o bem comum acima de seus interesses pessoais”. Dessa forma, envolver-se com a política poderá ser uma boa obra da fé aceitável a Deus. 

É possível que pela própria falta de apreço à política que muitos e muitos cristãos nutrem é que ela se encontra na situação que muitas vezes vemos e que vira manchete de páginas policiais. Talvez a falta de engajamento das pessoas de bem, dos cristãos, explique porque muitas pessoas pensam que política é “coisa do diabo”. Afinal, poucas boas obras da fé brilham pouco em meio à escuridão do pecado. 

 

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