Um rico pode ser salvo?


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17/05/2022 #Artigos #Exclusivo Assinantes #Reflexão

O que dizer sobre Mateus 19.23?

Um rico pode ser salvo?

A pergunta é recorrente. Muitos querem orientação sobre a salvação, o que é bom. A resposta certa e a fé verdadeira definirão a vida eterna da pessoa. E a pergunta de hoje oportuniza refletirmos sobre essa questão.

O texto de Mateus 19.23 faz parte do relato do jovem rico que se aproxima de Jesus e pergunta: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?”.

Lendo o diálogo relatado no texto, fica evidente que Jesus conhece o íntimo deste jovem e percebe que ele estava iludido com a ideia de que poderia alcançar o reino dos céus com os próprios méritos e com a sua pretensa perfeição. Ele pergunta O que farei...? Essa pergunta revela o seu pensamento de que poderia ser salvo pelo fazer algo. Provavelmente ele tinha formação farisaica.

Já que o jovem se manifesta dessa forma, Jesus lhe fala do cumprimento dos mandamentos, como um teste para levá-lo a reconhecer a sua imperfeição e de que necessitava da graça de Deus para ser salvo. Mas, arrogantemente, ele responde: Tudo isso tenho observado, que me falta ainda? Assim, mostra a sua soberba. Jesus, então, lhe diz: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Com isso, caiu a “máscara” do jovem. E ele retirou-se triste”.

Após este episódio, Jesus falou aos discípulos: Eu afirmo a vocês que isto é verdade: é muito difícil um rico entrar no Reino do Céu” (Mt 19,23 – NTLH). Jesus ilustrou essa dificuldade com a expressão proverbial: É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus (v.24). Isso significa que um rico não pode ser salvo?

À base desta narrativa bíblica, respondo:

1.    Jesus não disse que é impossível um rico ser salvo e também não condena a riqueza. Ele apenas disse que é difícil. Deus não é contra a riqueza, pois na Bíblia encontramos exemplos de pessoas tementes a ele que foram abençoadas com a riqueza. Lembramos de Abraão, Isaque, Jó e outros. Esses homens colocavam Deus em primeiro lugar em suas vidas, dando mais valor a Deus do que às riquezas materiais (Ler Hb 11.8-21). Esses homens foram salvos pela fé na graça de Deus, oferecida através de Jesus Cristo.

 

2.    A Palavra de Deus aponta para a dificuldade de salvação de quem faz dos bens o seu “deus”, vivendo obcecado pela riqueza e pelo acúmulo de bens materiais. Isso é idolatria disfarçada, que pode gerar a soberba e dar uma falsa segurança à pessoa que se prende às coisas deste mundo, ignorando e desprezando Deus e a sua graça salvadora.

 

3.    Quando Deus nos dá bens materiais, não devemos colocar nossa confiança nelas. Deus é provedor de tudo que precisamos para viver. É nele que cremos, confiamos e a quem servimos. E é ele quem nos salva, não os nossos bens!

4.    A atitude do cristão em relação aos seus bens deve ser de gratidão a Deus e generosidade para com os semelhantes. Deus nos deu bens também para repartirmos com os outros! Assim, nossos bens são usados para servir à obra de Deus e ajudar a quem necessita de nós.

 

5.    Concluo com esta Palavra: Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças (Cl 2.6,7).

Deus abençoe e conceda firme fé na graça de Jesus Cristo.

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Martinho Sonntag

Vice-presidente de Educação Cristã da IELB

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