A pergunta é recorrente.
Muitos querem orientação sobre a salvação, o que é bom. A resposta certa e a fé
verdadeira definirão a vida eterna da pessoa. E a pergunta de hoje oportuniza
refletirmos sobre essa questão.
O texto de Mateus 19.23 faz
parte do relato do jovem rico que se aproxima de Jesus e pergunta: “Mestre,
que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?”.
Lendo o diálogo relatado no
texto, fica evidente que Jesus conhece o íntimo deste jovem e percebe que ele
estava iludido com a ideia de que poderia alcançar o reino dos céus com os
próprios méritos e com a sua pretensa perfeição. Ele pergunta “O que
farei...?” Essa pergunta revela o seu
pensamento de que poderia ser salvo pelo fazer
algo. Provavelmente ele tinha formação farisaica.
Já que o jovem se manifesta
dessa forma, Jesus lhe fala do cumprimento dos mandamentos, como um teste para
levá-lo a reconhecer a sua imperfeição e de que necessitava da graça de Deus
para ser salvo. Mas, arrogantemente, ele responde: “Tudo
isso tenho observado, que me falta ainda?”
Assim,
mostra a sua soberba. Jesus, então, lhe diz: “Se queres ser perfeito, vai,
vende os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois, vem e
segue-me”.
Com isso, caiu a “máscara” do jovem. E ele “retirou-se
triste”.
Após este episódio, Jesus
falou aos discípulos: “Eu afirmo a vocês que isto é
verdade: é muito difícil um rico entrar no Reino do Céu” (Mt 19,23 – NTLH). Jesus
ilustrou essa dificuldade com a expressão proverbial: “É mais
fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino
de Deus”
(v.24). Isso significa que um rico não pode ser salvo?
À base desta narrativa bíblica,
respondo:
1.
Jesus não disse que é impossível um rico ser
salvo e também não condena a riqueza. Ele apenas disse que é difícil. Deus não
é contra a riqueza, pois na Bíblia encontramos exemplos de pessoas tementes a ele
que foram abençoadas com a riqueza. Lembramos de Abraão, Isaque, Jó e outros.
Esses homens colocavam Deus em primeiro lugar em suas vidas, dando mais valor a
Deus do que às riquezas materiais (Ler Hb 11.8-21). Esses homens foram salvos
pela fé na graça de Deus, oferecida através de Jesus Cristo.
2.
A Palavra de Deus aponta para a dificuldade de
salvação de quem faz dos bens o seu “deus”, vivendo obcecado pela riqueza e
pelo acúmulo de bens materiais. Isso é idolatria disfarçada, que pode gerar a
soberba e dar uma falsa segurança à pessoa que se prende às coisas deste mundo,
ignorando e desprezando Deus e a sua graça salvadora.
3.
Quando Deus nos dá bens materiais, não devemos
colocar nossa confiança nelas. Deus é provedor de tudo que precisamos para
viver. É nele que cremos, confiamos e a quem servimos. E é ele quem nos salva,
não os nossos bens!
4.
A atitude do cristão em relação aos seus bens
deve ser de gratidão a Deus e generosidade para com os semelhantes. Deus nos
deu bens também para repartirmos com os outros! Assim, nossos bens são usados
para servir à obra de Deus e ajudar a quem necessita de nós.
5. Concluo
com esta Palavra: “Ora,
como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e
edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações
de graças”
(Cl 2.6,7).
Deus abençoe e conceda
firme fé na graça de Jesus Cristo.