Este
provérbio já nos é bastante conhecido e nos lembra da importância de ensinar às
crianças, já desde cedo, sobre a Palavra de Deus expressa nas Escrituras
Sagradas. No entanto, sua abrangência e amplitude são ainda muito maiores, pois
se aplicam a diversas temáticas importantes para o nosso dia a dia e que já
devem ser ensinadas às crianças tão cedo quanto possível, para que possam ser compreendidas,
assimiladas, aplicadas à sua vida e repassadas a outros, como a seus próprios
filhos.
Uma dessas
temáticas é a Educação Ambiental. Talvez, ao ler esse termo, já lhe veio à
mente uma imagem de contentores (lixeiras) coloridos para a separação de
resíduos ou mesmo o símbolo da reciclagem, acertei? Mas a verdade é que a
“educação ambiental” vai muito além dos 3R´s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar)
(hoje já se fala em 8R´s, mas vamos mencionar apenas esses 3 para não nos
alongarmos).
Trabalhar a
educação ambiental e ensiná-la desde cedo tem o propósito de despertar nas
crianças e nos indivíduos a consciência de que não somos seres apartados da
natureza, mas, sim, parte integrante dela. Não somos donos dos recursos
naturais que nos estão disponíveis quando compramos um pedaço de terra onde há
vegetação, ou ainda pelo fato de pagarmos um valor monetário pela água que
utilizamos. Apesar de adquirirmos o direito de uso das propriedades, não
podemos decidir individualmente pelo destino das matas, da água, da própria
terra ou de minerais, visto que esses servem à humanidade e não apenas àqueles
que “possuem” determinado terreno.
Somos, sim,
administradores, gestores da criação de Deus e responsáveis por cultivar e
guardar a sua criação. “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim
do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn 2.15).
Quando Deus
ordenou ao homem, “enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar,
sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1.28b),
imputou-nos a responsabilidade por retirar da terra o que precisamos e o
necessário para a manutenção da vida, de forma que utilizemos, na nossa
racionalidade, para usufruir dos recursos naturais, de forma consciente,
possibilitando que tanto nós e nossos filhos, quanto as futuras gerações,
possam também ter desses recursos para utilizá-los.
Tamanha é a
importância desse tema que atualmente, em muitas escolas, se não em todas, as
crianças já têm contato com assuntos como o reaproveitamento de resíduos, a
importância da sua separação para possibilitar a reciclagem, a necessidade
urgente do uso racional da água, entre tantos outros. E que bom que é assim. Eu
mesma me lembro, com alguma nitidez, da vez em que refletimos em sala de aula,
lá pela primeira ou segunda série, sobre a música “Planeta Azul”, na voz de
Chitãozinho e Xororó. Possivelmente não foi a primeira vez que o assunto foi
abordado comigo e meus colegas, mas sem dúvida, foi uma das vezes em que fiquei
mais impactada, já desde aquele momento.
A partir
dele, e apesar das abordagens em sala de aula, foi no dia a dia da nossa casa
que aprendi os maiores ensinamentos sobre como preservar os recursos do nosso planeta.
Por algum tempo entendia que pudesse ser por uma questão financeira que meus
pais ordenavam “Fecha a torneira para não gastar água”. Mas, com o passar do
tempo, fui entendendo que meus pais, talvez por terem vindo do interior e com
alguma boa noção do impacto que as ações humanas têm sobre o meio em que
vivemos, mesmo sem denominar aqueles ensinamentos ou tê-los aprendido na
escola, já aplicavam em nossa casa a importância do cuidado com os recursos
naturais do nosso planeta, haja vista que são finitos. Da maneira como os
manejamos hoje, podem implicar na falta amanhã. Foi em casa, e pelo exemplo dos
meus pais, que aprendi que “gastar água” e “gastar energia”, quando feitos de
forma desnecessária e irresponsável, custavam bem mais do que o dinheiro pago
nas contas. Custavam, isso sim, recursos naturais, custavam parte da criação de
Deus, custavam trabalho e energia de pessoas, da natureza e do planeta, que
havia levado muito (mas muuuito tempo) para produzi-los, e que não era justo
que, por descaso ou simplesmente por falta de atenção, desperdiçássemos
recursos tão preciosos.
Que bom que
atualmente nossas crianças têm na escola, no clube e até mesmo em desenhos e
filmes acesso a conteúdos relacionados ao meio ambiente e à educação ambiental,
mas me atrevo a dizer que dificilmente alguma dessas experiências trará mais
impacto e terá maior influência no comportamento delas hoje e no futuro, do que
as experiências vivenciadas em casa, no contexto da família. Assim, aqui em
nossa casa, vemos a importância e procuramos sempre que as nossas filhas possam
entender, o quanto possível, o funcionamento do planeta e como se dão as
relações entre os seres vivos e deles com os inanimados, sobretudo quando nossa
vivência maior é nas áreas urbanas, em que grande parte dos produtos já chegam
a nós “encaixotados”.
Entendemos (e
esperamos sinceramente) que proporcionar a elas o contato com o que é natural, ajude-as
a compreender que para colher têm que plantar, e que para crescer têm que regar
e cuidar. Essa vivência, dentro de um contexto familiar de amor e afeto, irá
criar nelas bases fortes de amor e respeito também por todos os seres e pela
criação de nosso Pai. Que ele permita que assim seja!
Cristiane
Friedrich Wendler
Engenheira
Florestal
Florianópolis,
SC
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