O dia
26 de junho foi escolhido como Dia Internacional de Combate às Drogas. O
objetivo é conscientizar as pessoas sobre o perigo do consumo dessas
substâncias.
O dia
de hoje, em que você está lendo este texto, chamo de “O dia D”, dia de conscientizar
cada cristão sobre a importância de uma rede de apoio para ajudar tantas
pessoas que sofrem com o problema das drogas.
Quando
falamos sobre o impacto das drogas, também falamos em família, pois ela é atacada,
sofre junto e, muitas vezes, a vergonha a leva a não buscar ajuda. A família é
um grupo fundamental para ajudar o seu ente querido que sofre com o vício, e
aqui precisamos incluir também a família da fé, em que temos inúmeras mãos para
se unir a esse trabalho.
De
forma figurada, a igreja pode ser entendida de três maneiras: como uma
academia, que as pessoas frequentam para exercitar a fé, com o objetivo de
ficarem “bombadas” na fé; outra figura apresenta a igreja como um museu, com
grandes homens, santos e íntegros; e temos também a igreja como a figura de um
hospital, para pecadores, onde todos estão doentes pelo pecado e necessitados
do remédio que Cristo oferece.
A
figura da igreja como um hospital faz mais sentido quando voltamos nossos olhos
para o ministério de Jesus... vemos que ele sempre estava
cercado por pessoas doentes e necessitadas. Em Mateus 9.12, está escrito: “Mas
Jesus ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes”.
Aqueles
que sofrem com as drogas estão doentes fisica e espiritualmente. A igreja é
composta por pessoas passíveis de desenvolver doenças, inclusive a drogadição.
Precisamos perguntar se nossas congregações têm sido um grupo de apoio para pessoas que sofrem com as drogas.
Desde o Anti
go Testamento,
o povo de Deus é
orientado a cui
dar daqueles que são
desprezados. O Deus de
amor,
que foi ao encontro
de
Israel libertando o povo
da escravidão, da
mesma forma
espera que Israel aja c
om
misericórdia para com o pró
ximo.
No Novo
Testamento,
ações de miser
icórdia são motivadas pelo e
vangelho, que
gera o amor. A igreja pode ser uma importante rede de apoio. Primeiramente, se os membros estiverem
familiarizados com o tema, prontos para acolher e sua atitude não for condenatória.
Como
membros do corpo de Cristo, não podemos ficar estáticos enquanto uma parte do
corpo está sofrendo, pois se uma parte do corpo sofre, todas sofrem.
Como explica Lutero (1989, p.45), ao dizer que “se sofremos podemos crer que
não estamos sozinhos, mas Cristo e a Igreja sofrem junto”.
Podemos dar o primeiro passo, seguindo
o exemplo de algumas congregações que cedem salas durante a semana para o grupo
de Alcoólicos Anônimos realizar suas reuniões. Nada de extraordinário, apenas ir
ao encontro das pessoas.
O corpo de Cristo deve ser
reconhecido pelo amor, e se esse amor fluir em direção ao mundo, o resultado
será extremamente terapêutico.
Pastor Daniel Lessa da Rosa
Congregação Santíssima
Trindade –Joinville, SC
LUTERO, Martinho. O programa da Reforma –
escritos de 1520. Tradução de Martin
N. Dreher, Joachim Fischer, Luis M. Sander, Martin C. Warth. In: Obras Selecionadas, v.2. São
Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1989.