Natal é gente saindo, é gente chegando. É tempo de pegar a estrada e seguir no caminho às origens.
Algo
parecido com a viagem de José e Maria à cidade de Belém – quando somos
obrigados a um recenseamento e seguir para onde tudo começou. Qual a explicação
deste fenômeno coletivo? Por que nesta época do ano o ponteiro da bússola
insiste o norte – lugar magnetizado, atraente, convidativo? De onde vem tal
sentimento que obriga o retorno para casa?
No
Natal acontece o maior ciclo migratório da terra. E por isso ele fica
engarrafado – nas ruas e nas bebidas. Tráfico intenso nos aeroportos e
rodoviárias, abarrotados de gente. É a ânsia natalina em querer voltar às
origens. Qual a razão deste desejo incontido
de retroceder ao reduto familiar, à casa paterna? Ou, no caminho inverso, de ir
até onde os filhos estão? Curioso, Natal parece ser uma inconsciente viagem ao
início da vida. Vida? Mas que vida?
Creio
que a resposta para o fenômeno migratório do Natal está na razão da própria
festa. No mundo animal, os bichos migram no instinto de sobrevivência e sabem
exatamente quando e para onde seguir. No caso dos
filhos de Adão, os pretextos para migrar são os mais variados: fugir dos
problemas, buscar novas oportunidades, ter outras experiências... Mas,
e no Natal, por que esta desvairada movimentação humana?
A maioria nem sabe por que viaja, assim como os animais
irracionais. Não sabe por que é um desejo lá no inconsciente. É uma vontade de
sobrevivência. Não para encontrar água, alimento e tudo aquilo que mantém o
fôlego da vida. As pessoas viajam no Natal para buscar aquilo que Jesus sublinhou:
"O que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?". A
explicação vem do anúncio angelical: “Hoje, em Belém, numa manjedoura, nasceu o
Salvador de vocês”. As estradas estão
congestionadas porque todos precisam do Caminho, da Verdade e da Vida. E,
pensando bem, não devia ser um dia do calendário, mas “hoje”, porque “hoje é o
dia de ser salvo” (2Co 6.2). Esta é a razão de tanta correria e agitamento na
época natalina: todos querem salvação.
Um
desejo que se torna impetuoso e coletivo no 25 de dezembro porque nunca se ouve
tanto a respeito da redenção. O anseio, no entanto, está presente em todos os
dias do ano. Por isto o tráfico urbano intenso na semana inteira, no ano
inteiro, sem razão o nosso jeito de viver – se é que um dia teve. É só parar um
pouco e descobrir que estamos indo a lugar nenhum. Se bem que parar é o que
mais se faz. Os congestionamentos no trânsito atingem qualquer um que sai de
casa, e, pelas contas, boa parte de nossa renda some às custas do transporte. Que
coisa estranha!Paga-se muito caro nesta
escravidão de quatro rodas. Pior que nos acostumamos com esta vida maluca. Mas
isto é Natal, nas palavras de um teólogo, que “o Senhor Jesus veio a uma humanidade tão
acostumada com a miséria e a desgraça, e feliz numa situação na qual ninguém
pode ser feliz – a menos que não esteja certo da cabeça”.
Natal
é gente saindo, é gente chegando, porque somos estrangeiros e peregrinos
(1Pe 2.11). Mas nunca chegaremos ao destino enquanto as estradas estiverem
obstruídas. Os modernos automóveis e os sofisticados meios de transporte, não
conseguirão conduzir a humanidade ao destino que deseja. Por isso a urgência de
uma complicada obra de engenharia: “Preparem o caminho para o Senhor passar!
Abram estradas retas para ele” (Mt 3.3). Como? João Batista deu as coordenadas:
“Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto” (Mt 3.2).
Natal
é gente saindo, é gente chegando. Natal é gente que não sabe para onde vai. Os
viajantes do Oriente sabiam. Seguiram a estrela. Acreditaram na profecia – na
Palavra que é lâmpada para os pés e luz para o caminho.No Natal mesmo, nem é preciso sair. Graças a
Deus, Natal é o Salvador que vem.
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