Certo
dia, em visita a uma família luterana, estava sentada na cozinha da casa.
Correndo os olhos pelo local, viam-se móveis característicos desse cômodo da
casa: armário, cadeiras, mesa, cozinha... e um velho guarda-louças, sempre
chamado por seu nome em alemão, pintado de uma tinta azul esverdeada,
combinando com a antiga cozinha do casal, já passados de seus 60 anos.
O
guarda-louças lá estava, com copos, xícaras, canecas e pratos. Passei os olhos
pelas gavetas, e me chamou atenção o fato de uma delas estar com a tinta
bastante desbotada ao redor do puxador. Rapidamente supus o que se guardava
naquela gaveta, pelo seu tamanho uso e falta de tinta, e disse: “Essa é, com
certeza, a gaveta dos talheres!”, e a reposta que obtive foi a mais bela
possível: “Não, esta gaveta é a do devocionário”.
Nesse
momento só posso pensar nas palavras do evangelho de João, capítulo 6,
versículo 35: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a
mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.”
Aquela
gaveta foi, muitas noites, após o jantar, aberta para a leitura em família do
devocionário, e por mais que o móvel não fosse mais novo, e que estivesse
bastante gasto, ele representava a dedicação da família com o estudo da Palavra
de Deus, que os alimentava e alimenta até hoje. Que Deus abençoe nossos lares
para que sejamos diariamente nutridos por seu amor; e, ao contrário de qualquer
móvel, essa Palavra nunca se gasta, mas nos renova a cada dia.
Gabrieli
Maria Worst
Estudante
de História
Erechim,
RS
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