Vovó... história... livro grande!


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05/05/2021 #Reflexão #Editora Concórdia

Desde a infância

Vovó... história... livro grande!

Ainda hoje isso ressoa em meus ouvidos. A pequena mal sabia falar, mas sabia exatamente qual livro amava e quais histórias queria ouvir.

O livro grande... Era um livro de histórias bíblicas com bonitas ilustrações. As histórias não eram longas, na verdade só resumos de cerca de 15 linhas. Já as imagens, ah, essas eram grandes e cheias de detalhes. Todo dia ela encontrava algo de novo nas mesmas figuras e todo dia dava para contar um pouco mais sobre aquilo. E essas eram as “devoções” daquela criança de Jesus.

Quando nossos pais faleceram, esse livro foi sorteado entre os irmãos. Todos o queriam, todos o amavam, mas só uma família poderia lê-lo para seus “pequenos”. É um tesouro, quiçá um dos mais valiosos que nossos pais deixaram para nós.

O livro... Em muitas famílias, esse tesouro sequer chega a ser aberto. Muitos o consideram – a Bíblia – uma “relíquia” decorativa, até tiram o pó da capa toda sexta-feira, porém seus filhos e os filhos desses filhos não fazem ideia do que está escrito ali dentro. E eles crescem tão rápido, vão à escola tão cedo, seus corações ficam incertos buscando um apoio, um chão, uma palavra, alguns minutos para nutrir suas almas, mas ninguém tem tempo. Para a cama... Para a cama, rápido, rápido: um beijo, uma pequena oração e... fim!

Que infância mais triste e vazia que nossas crianças têm hoje: na sabedoria da hipermodernidade, não se tem tempo algum para “histórias bíblicas”. Nós tomamos todo o cuidado para desde cedo dar a comida certa e esquecemos que os pequenos também têm uma alma que precisa ser alimentada diariamente. Nós levamos os pequenos ao batismo – e, no entanto, permitimos com que a plantinha da fé recém-brotada definhe de sede. Por meio do Batismo é fixada a “pedra angular” do edifício da fé, todavia logo cessamos de ajudar na sua construção. E assim, ele fica todo coberto de mato e ervas daninhas.

E quando os pequenos crescem, nós ainda nos impressionamos que eles não tenham qualquer interesse em saber da Palavra de Deus... Que eles só se preocupem com o mundano – “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (Is 22.13); que eles não deem valor nenhum àquilo que veio antes deles ou ao tesouro que é a Santa Escritura, pois eles simplesmente não a conhecem... A falta de respeito para com pais, professores, autoridades, a pátria, a Palavra de Deus e, sobretudo, em relação ao sofrimento ao qual nosso Salvador se sujeitou, tem o seu motivo. Nós não alimentamos a alma dos pequenos, não passamos adiante o amor à Bíblia, não edificamos seus coraçõezinhos com histórias bíblicas, canções e orações, mas, em lugar disso, deixamos essas plantinhas da fé serem consumidas pelas ervas daninhas da vida.

Que responsabilidade...

Nosso Salvador continua como sempre foi: paciente e bondoso. Ele vai nos perdoar se, de coração, reconhecermos nossos pecados e então... Começarmos uma nova vida com nossos filhos, sobrinhos e priminhos.

Portanto, tomemos o tesouro em nossas mãos! Encontraremos consolo e nossas crianças amarão e valorizarão este livro: a Bíblia!

 

Rosemarie K. Lange

Texto original escrito em alemão em outubro de 1990

Tradução de Jonathan Sepúlveda Teixeira em março de 2021

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