É preciso saber viver


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20/08/2021 #Editora Concórdia #Artigos #Exclusivo Assinantes #Reflexão

Não é interessante nem vantajoso só no final da vida terrena lembrar-se do Criador.

É preciso saber viver

Uma notícia despertou minha atenção: “Exército americano cria pílula antienvelhecimento”. Para alguém que já experimenta os efeitos nocivos da idade, a notícia trazia um alento de esperança. Só que as coisas ficaram logo esclarecidas ao ler toda a matéria. A tal pílula é experimental, ou seja, ainda será testada pelos soldados na expectativa de aumentar a habilidade humana e manter o corpo saudável e no desempenho máximo por mais tempo.

         Não há dúvida que nos últimos anos a ciência tem prolongado a nossa vida, tudo graças às “pílulas milagrosas”. Um exemplo disso é a vacina contra a Covid-19. Mas chega a hora que não tem jeito, a velhice bate à porta e nada mais resolve. E daí, mesmo com todos os recursos da medicina, a pessoa idosa sentirá na pele o que disse o rei Salomão no final de Eclesiastes, que a visão e audição ficarão muito fracas e até caminhar será perigoso. Claro, hoje temos óculos, aparelho para surdez e cadeira de rodas, mas tudo são subterfúgios. O sábio rei, por isso, deu um recado: “Jovem, aproveite a sua mocidade e seja feliz enquanto é moço. Mas [...] não deixe que nada o preocupe e faça sofrer, pois a mocidade dura pouco”.

         O famoso rei de Israel sabia disso, que a vida passa como um sopro. E apesar de toda a sabedoria que recebeu de Deus, caiu na conversa do "aproveitar a vida" e esquecer das consequências. E se “tudo é ilusão, é como correr atrás do vento”, ele colheu os frutos amargos de não ter colocado em prática o próprio conselho: “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua mocidade, antes que venham os dias maus” (Ec 12.1). Basta ler o capítulo 11 do primeiro livro de Reis para entender esses “dias maus” na vida de Salomão, sobretudo as últimas palavras ditas por ele em Eclesiastes: “Nós teremos de prestar contas a Deus de tudo o que fizermos e até daquilo que fizermos em segredo, seja o bem ou o mal”. Se não fosse Cristo aparecer no meio desse “prestar contas”, a gente sabe (e também acredita) que ninguém escaparia do justo juízo de Deus.

         E mesmo quando tudo neste mundo funciona através da graça e misericórdia de Deus até o último momento, não é interessante nem vantajoso só no final da vida terrena lembrar-se do Criador. Além de jogar a vida fora, é muito perigoso quando a Bíblia adverte que “hoje é o dia da salvação”.

Numa famosa canção, Roberto Carlos e seu amigo Erasmo dizem: “Quem espera que a vida seja feita de ilusão, pode até ficar maluco ou morrer na solidão. É preciso ter cuidado pra mais tarde não sofrer. É preciso saber viver”. Se isso vale nas coisas passageiras, onde tudo é ilusão, então, ainda mais naquilo que permanece para sempre.

         Paulo, numa letra que já fez muita canção, disse que para ele o viver é Cristo e o morrer é lucro. “Entretanto”, ressalta o apóstolo, “se eu continuar vivendo, poderei ainda fazer algum trabalho útil” (Fp 1.22). E em outra carta, o apóstolo lembra de uma pílula antienvelhecimento, já testada e com resultados eficazes para os soldados de Cristo na batalha da fé cristã: “Vistam-se com toda a armadura que Deus dá a vocês, para ficarem firmes contra as armadilhas do Diabo” (Ef 6.11).

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Marcos Schmidt

Pastor da IELB marcos.ielb@gmail.com

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