A jornada dos vasos resgatados


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10/09/2021 #Editora Concórdia #Artigos #Devocionais #Exclusivo Assinantes #Reflexão

Pela sua graça, Jesus nos transforma em vasos novos, que refletem a grandeza da sua misericórdia.

A jornada dos vasos resgatados

Na região onde moramos existem muitos parques, lagos, bosques, com vistas lindas do mar, e muitas rotas para caminhadas e passeios de bicicleta. A administração da cidade tem muito zelo pela limpeza e cuidado para com a natureza. Pessoas de todas as idades procuram estar ativas em caminhadas, de bicicletas, principalmente no verão. As estações do ano são lindas, cada uma com encanto próprio. Não cansamos de agradecer ao bondoso Deus pela beleza e preservação da sua criação.  

Durante o inverno, em uma de nossas caminhadas, percebemos à distância, alguns objetos jogados, irreconhecíveis, enlameados e cobertos de sujeira, que chamaram nossa atenção. Quando nos aproximamos, percebemos que se tratava de cinco vasos. Estavam bem feios, alguns com escoriações, e todos bem gelados. Mas pudemos notar que eram coisa fina e de grande valor – feitos manualmente, com arte, cada um com tampa, relevos, gravados e pintados com flores e cogumelos, bem trabalhados.

Resolvemos recolher os vasos. Procedemos com uma limpeza minuciosa e os desinfetamos. Quanto mais os lavávamos, mais nos admirávamos da sua beleza e perfeição. Alguns ainda apresentam minúsculos estragos, como resultado dos baques sofridos. Hoje, restaurados, além de belos, são úteis e enfeitam nossa casa.

Histórias como estas existem muitas. Mas o importante é quando comparamos o achado e resgate dos vasos com a nossa trajetória de achados e resgatados pelo Salvador Jesus Cristo. O salmista Davi expressa a analogia com clareza: “[O Senhor] tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos (Sl 40.2). Jesus ilustra o fato da nossa perdição e resgate através de três histórias que conta no evangelho de Lucas, capítulo 15: Como a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido, estávamos perdidos e fomos achados! O apóstolo Paulo diz em Efésios 2:1: “Ele [Deus] vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”. O povo de Deus expressa sua gratidão pelo seu resgate através de hinos de louvor: “Jesus querido me foi mandado, Jesus querido salvou-me a mim. Torno a dizer: Deus tem amado, Deus tem amado também a mim”. Uma alma tem valor inestimável ao coração de Jesus, e ele deu tudo de si para salvar o pecador.

Cegos, fracos, perdidos e condenados, não tínhamos forças para sair do lamaçal e nos salvar a nós mesmos. Jesus nos salvou por meio do seu sofrimento e morte na cruz. Ele provou o seu profundo amor, dando sua vida por nós, sem nunca termos merecido. Somente o seu amor foi possível nos alcançar e resgatar da profundeza do lamaçal. Pelo sangue vertido na cruz, Jesus nos lava e purifica de todos os pecados, do poder do diabo, da morte e da condenação eterna. Ele nos assegura: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). Quem nele crê tem a vida eterna.

A lavagem dos vasos foi detalhada, demorada, imperfeita e material somente. Através do sacramento do santo batismo, Jesus nos agracia de imediato com o lavar da nossa alma, de dentro para fora, concedendo a nós as bênçãos do perdão, da vida e da salvação, pois o batismo é o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5). Todos os que são batizados em Cristo, são revestidos com os méritos de Cristo (Gl 3.27). Pela água e a Palavra, o batismo nos salva, sendo a remoção da imundícia do pecado e a instauração de uma nova e boa consciência em comunhão com Deus pela ressurreição de Jesus Cristo (1Pe 3.21). O Espírito Santo concede a nós os tesouros eternos do lavar do batismo.

Pela sua graça, Jesus nos transforma em vasos novos, que refletem a grandeza da sua misericórdia. “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17). Como vasos redimidos, temos uma nova perspectiva: fomos resgatados da morte para a vida. Temos um novo desejo e força de seguir a Jesus. Pela ajuda do Espírito Santo, desejamos testemunhar o seu amor para todas as pessoas. Agraciados com o perdão e a salvação, queremos honrar, louvar e agradecer a Jesus, e com alegria servi-lo todos os dias da nossa vida.

Como seus vasos novos, sabemos que enfrentaremos provações. Continuaremos em meio à poluição e afetados por nossas próprias tentações e fraquezas, bem como pela influência, desprezo e insultos dos que rejeitam o seu amor. Em reconhecimento dos nossos pecados, suplicamos a Jesus com sincero arrependimento, como na canção: “Senhor, quebra a minha vida e faze-a de novo. Eu quero ser um vaso novo. Como tu queres, Senhor amado. Tu és o Oleiro e eu o vaso”. Temos sua graça: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda maldade”. 

Sabemos, acima de tudo, que o Oleiro está conosco e continuará a nos refazer, moldar, segurar e fortalecer com sua mão poderosa e de amor. “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33). A sua fidelidade será nossa força a cada momento: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel (Is 41.10).

Desejamos continuar unidos a Jesus em comunhão da sua igreja. Como vasos de honra e não de desonra, queremos alimentar a nossa fé pela Palavra e pelos sacramentos com regularidade. Queremos viver uma vida consagrada e fiel, de oração, testemunho, amor e serviço aos nossos irmãos e irmãs e a todas as pessoas com as quais Jesus nos coloca em contato.

Como na jornada dos vasos, que foram resgatados e restaurados para proveito, que enfeitam nossa casa, queremos que o Senhor Jesus nos use como seus vasos novos, refeitos e úteis, cheios do seu perfume, jorrando e refletindo a grandeza e a beleza da sua graça em nosso falar e agir por meio de uma fé viva e ativa em amor – a ele e ao próximo. Que assim seja. Amém.

Leonardo & Marlúcia Neitzel

Surrey, Canadá

Leonneitzel@hotmail.com

 

Vasos restaurados

No livro Moldados por Deus – Editora Concórdia, 2018, lemos que somos vasos nas mãos do Oleiro. Vimos que Deus nos dá a graça de participar de sua obra aqui na terra. E tudo começa quando ele nos restaura. Mas o que é restaurar? O dicionário define restaurar como: ação ou efeito de restaurar; reparar; conserto ou recuperação. Mas precisamos ser restaurados? Será que não somos belos e perfeitos vasos? Verdadeiras obras de arte do criador? Sem dúvida, o ser humano foi criado como a coroa da criação. O auge, a obra-prima, a mais importante, a única que Deus fez com suas próprias mãos.

Porém, isso foi antes; depois da desobediência de Adão e Eva, todos nós, vasos moldados por Deus, somos defeituosos por natureza, sem serventia, destinados a ser lançados fora e condenados ao inferno, “pois o salário do pecado é a morte!” (Rm 6.23). Sem restauração não há salvação para nós. E esta restauração não é uma decisão pessoal, muito menos uma ação pessoal. O vaso é passivo, não atua, ele é moldado pelo oleiro. Somos totalmente dependentes da ação de Deus. Como mortos, não nos mexemos, aliás, você sabe qual é a única coisa que um morto pode fazer? Produzir mau cheiro. Isso mesmo. E nossos erros, pecados, são bem malcheirosos, por isso precisamos do bom perfume em nossas vidas: Jesus Cristo.

Jesus é o nosso restaurador: com sua ação em nosso favor, de morrer por nós na cruz, ele nos restaurou. ”O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna.” E esse presente ele oferece a todo que nele crê.

Você crê que, ao morrer na cruz, Jesus pagou por 100% dos seus pecados? Se a sua resposta é: “Sim! Creio!”, dê graças a Deus, pois ele restaurou você. Você é um vaso restaurado. E você sabe o que as pessoas fazem com peças que são restauradas? Elas as utilizam, elas as expõem e as mostram para que todos vejam. Assim é o nosso Deus. Ele nos restaurou e agora nos usa, nos expõe, não para mostrar a nossa beleza, mas para que através de nós o mundo veja como é grande e maravilhoso o amor de Jesus, o restaurador dos relacionamentos quebrados e o restaurador entre Deus e a humanidade.

Oração: Querido Jesus, obrigado por restaurar minha vida. Graças ao teu perdão, eu sou um vaso novo, útil e realizado. Cuida de mim e protege-me para continuar crendo em ti, o meu Salvador. Amém.

Acesse o livro Moldados por Deus clicando aqui.

Waldemar Garcia Carvalho Jr

Pastor

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