Podendo ir ao culto, não iremos?


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17/09/2021 #Editora Concórdia #Artigos #Exclusivo Assinantes #Reflexão

No culto luterano, todas as pessoas são bem-vindas e acolhidas no amor de Jesus.

Podendo ir ao culto, não iremos?

Essa é uma pergunta que muitas vezes pode soar como legalista, especialmente para pessoas que não foram orientadas pelo Espírito Santo à salvação exclusivamente por meio de Cristo. Nesse sentido, pressupõe-se que o ato de ir ao culto pode salvar a pessoa. Isso pode levar a pessoa a cair na falsa doutrina da salvação por obras, pensando que a sua ação é que salva, e não os benefícios que estão presentes no culto que Deus nos traz. Para o cristão que foi resgatado em Cristo, essa pergunta serve de estímulo para que sempre volte em arrependimento para Deus, especialmente quando se encontra como ovelha afastada do rebanho, longe dos benefícios que Deus dá gratuitamente. A ovelha precisa viver sob os cuidados do seu pastor que a ama e a quer proteger, pois, caso contrário, será presa fácil para o lobo!

O afastamento de Deus, ou apostasia, acontece por causa do pecado que há no coração humano. Desde a queda de Adão e Eva no paraíso, quando o primeiro casal se rebelou contra Deus e comeu do fruto que não deveria ter comido, é que o ser humano vive em apostasia. Não fosse o grande amor de Deus por nós, em ter nos enviado o seu Filho, estaríamos perdidos! O pecado trouxe consequências não apenas para Adão e Eva, mas para toda a humanidade. “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”, diz Paulo aos romanos.

O povo se afastou de Deus no Antigo Testamento, e Deus chamou o povo constantemente ao arrependimento e a se voltar para ele. O verbo “voltar” é muito comum no Antigo Testamento, usado mais de mil vezes. Em mais de cem casos, a palavra é traduzida como arrepender. O profeta Jeremias relata que o povo de Efraim disse: “Tu me castigaste, e fui castigado como novilho ainda não domado. Converte-me, e serei convertido, porque tu és o Senhor, o meu Deus” (Jr 31.18). E Deus amorosamente respondeu: “Não é Efraim o meu filho querido, o filho das minhas delícias? Pois sempre que falo contra ele, lembro dele com ternura. Por isso, o meu coração se comove por ele, e dele certamente me compadecerei, diz o Senhor” (Jr 31.20).

O arrependimento é obra de Deus Espírito Santo, que leva a pessoa a renunciar o pecado clamando por misericórdia e retornando ao caminho de Deus. Não foram poucas as vezes em que Deus chamou o povo para perto de si. No Novo Testamento, Jesus diz: “Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mt 23.37).

Os textos citados acima ressaltam o grande amor de Deus por toda a humanidade. Mesmo que Adão e Eva tenham se rebelado contra Deus, mesmo que haja pecado em nossa vida, mesmo que muitas vezes estejamos vivendo em apostasia, Deus escolheu, por misericórdia, nos amar. Deus pagou um preço muito alto. Ele enviou seu filho Jesus para morrer na cruz e através de sua obra garantir que eu e você fiquemos coladinhos com Deus por toda a eternidade. Há uma nova vida que nos espera no futuro, e esta nova vida é antecipada a todos nós através da Palavra de Deus e de seus sacramentos. Através da santa ceia nos é dada a garantia de que Deus nos ama e perdoa todos os nossos pecados.

Olhando para a cruz de Cristo e todos os benefícios de se ter uma vida sob os cuidados de Deus, convém a pergunta, título deste artigo: Podendo ir ao culto, não iremos?

“Não deixemos de nos congregar, como é costume de alguns. Pelo contrário, façamos admoestações, ainda mais agora que vocês veem que o Dia se aproxima.”

No culto luterano, todas as pessoas são bem-vindas e acolhidas no amor de Jesus. E na medida em que as coisas parecem estar voltando ao normal, como se já caminhássemos para o pós-pandemia, cabe a reflexão: Podendo ir ao culto, não iremos?

Por causa de Jesus, nosso Senhor e Salvador, dizemos: Sim, com o auxílio de Deus!

Franco Thomassen

Pastor – Erechim, RS

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