BÍBLIA, o livro de salvação


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10/12/2021 #Editora Concórdia #Exclusivo Assinantes

E para sua mensagem chegar a todos os povos, são feitas traduções para o maior número possível de línguas.

BÍBLIA, o livro de salvação

BÍBLIA, o livro de salvação

 

São 66 livros reunidos que trazem a mensagem de Deus para a salvação das pessoas. A Bíblia reúne história, cultura, normas, questões éticas e filosóficas e, principalmente, a vontade, o agir e o amor de Deus, revelado em seu Filho Jesus Cristo, por toda a humanidade. E para sua mensagem chegar a todos os povos, são feitas traduções para o maior número possível de línguas, para que a Palavra que transforma vidas chegue ao maior número de pessoas.

 

O acesso a alguns fragmentos de textos bíblicos, papiros e a primeiras edições de bíblias é possível também no Brasil, na cidade de São José do Rio Preto, SP, onde está uma das maiores bibliotecas de bíblias do mundo. O acervo, que começou há mais de 50 anos e hoje conta com cerca de 63 mil volumes, iniciou a partir de uma transformação de vida na história do avô de Antonio Cabrera Mano Filho*.

 

O que é a Bíblia para você?

A Bíblia é tudo para mim. Calvino já dizia que a Bíblia é como o óculo para a vista embaçada. Ou seja, ela é a principal bússola para a nossa existência, sendo uma fonte inesgotável de todas as verdades e, o mais importante, jamais envelhece. Por tudo isso, a Bíblia é de longe o livro mais lido da história humana, como também o mais traduzido e publicado, e continua sendo o livro mais vendido de todos os tempos. Nos versículos da Bíblia estão as respostas para todos os problemas que eu ou o leitor vamos enfrentar.

Outro reformador, Martinho Lutero, tinha uma frase que explicava bem o que é a Bíblia para nós: “O que o pasto é para o animal, o lar para o homem, o ninho para o passarinho, os penhascos para os répteis, a água para os peixes, a Escritura Sagrada é para a alma dos crentes”. É isso. Ela só tem um defeito: fechada ela não funciona. Por isso, Josué 1.8 recomenda meditarmos nela dia e noite.

 

Porque é tão importante ler a Bíblia?

Não posso amar a Jesus e não amar a sua Palavra. Sem a leitura da Bíblia, fica impossível saber a vontade de Deus. E não apenas no campo religioso, mas como apreciar as realizações de homens como Copérnico e Galileu se eu não aprecio ou entendo a fé devota que os moveu a alcançar as estrelas? Como entender exploradores e conquistadores como Colombo, Magalhães, Cortes e Armstrong, se eu não entender as convicções religiosas que os motivaram? Mais ainda, como posso compreender qualquer coisa sobre as obras de Shakespeare, Dostoiévski, Tolkien, Dickens, Faulkner, Tolstói, Chesterton, Lewis, etc., se eu não compreender os temas bíblicos que animaram seus escritos?

Gosto muito do salmo 19.10, que fala da importância da Palavra de Deus: “São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos”. Por fim, todos os textos bíblicos são importantes, mas aprecio muito e leio sempre “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável” (Sl 51.10).

 

Qual o valor da Bíblia?

A Bíblia, para mim, não é um livro de ciência, nem de literatura, nem de filosofia, embora ela contenha informações valiosas em todas essas áreas. Mas é preciso ficar claro que a Bíblia é um livro de salvação. Aliás, o único. Mesmo assim, a Bíblia é a formadora de leis, o guia da história, o compêndio da ética, a resposta aos desejos mais íntimos do coração humano, o consolo na aflição e o refúgio na tentação.

 

Sobre o acervo de bíblias, quais são os exemplares mais peculiares e qual considera a mais extraordinária?

É muito difícil escolher a mais extraordinária, pois atrás de cada exemplar há uma história cativante.

Temos, dentre outras, na coleção:

– a primeira Bíblia que teve a palavra Bíblia na capa (1487);

– a primeira edição completa da tradução de Lutero;

– a primeira edição da Bíblia de Genebra e do Textus Receptus, de Erasmo;

– um exemplar da Bíblia que foi à lua e também parte da Bíblia de Gutenberg.

O documento mais antigo é um papiro de um trecho de Ezequiel, do ano 600, e a aquisição mais recente foi um sermão manuscrito do puritano Cotton Mather.

 

Tem algum costume em relação a essas bíblias?

Sempre gosto de comparar traduções e versões, pois elas ampliam o entendimento correto do texto que se está estudando. Agora, mais importante do que estudar ou comparar os textos bíblicos, é aplicá-los em nossa vida diária. Como a própria Bíblia ensina “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22).

 

Quem foi o seu avô e qual o legado que deixou?

Venho de quatro nacionalidades diferentes: espanhol, francês, italiano e português. O meu antepassado italiano tem uma história apaixonante com a Bíblia: certa noite ele entrou em uma igreja, há mais de 100 anos, alcoolizado, e saiu um homem transformado. Atualmente, cinco gerações depois continuam frequentando a igreja. Ainda hoje leio com emoção o evangelho de Lucas 19.9, pois naquela noite fria e chuvosa, posso afirmar com gratidão e júbilo: “... Hoje, houve salvação nesta casa”.

 

Como você planeja conservar esse acervo? Qual a sua importância para as futuras gerações?

Toda a família se interessa muito pela biblioteca, principalmente a filha mais nova. Espero que eles continuem a preservar este acervo, principalmente em um país de memória curta como o Brasil. Se a Reforma teve como lema “Somente as Escrituras”, é importante lembrar que um sacerdote, no século 16, não tinha acesso à Bíblia, principalmente porque era muito caro. Assim, quando abrimos uma Bíblia hoje, precisamos saber do sacrifício e dedicação destas pessoas em preservar a Bíblia. E quem sabe não precisemos de uma nova Reforma hoje, pois parece que a Bíblia não está disponível, já que poucos a leem. A biblioteca também tem um sentido missionário, de divulgar cada vez mais a Palavra.

 

Há visitas dirigidas para a biblioteca?

Sim, temos várias visitas, mas precisam ser reservadas com antecedência. É importante esclarecer que não se trata de uma biblioteca normal, mas é um acervo de obras raras, composto apenas de primeiras edições, manuscritos ou cópias autografadas.

 

Como esse acervo dá “credibilidade” à Palavra escrita de Deus, hoje?

Entender o passado ou como a Bíblia foi formada é a chave para compreendermos o nosso presente e termos esperança no nosso futuro. A biblioteca procura dar uma dimensão completa deste entendimento, contando e preservando esta história. Por exemplo, temos exemplares que mostram que para evitar que um manuscrito fosse adulterado, os judeus estabeleciam regras rígidas para a sua transcrição: depois de copiado, o manuscrito era lido 12 vezes, e, se fossem encontrados erros, a cópia era destruída. Isso ajuda a entender o valor da Bíblia e a sua autenticidade e originalidade.

Eu diria que os dois testamentos constituem um dos mais importantes documentos da humanidade, mesmo fora de seu uso teológico. É um dos alicerces da nossa moderna civilização ocidental. Sem a Bíblia e os valores que ela propaga seria impossível ser o que somos hoje. Foi através de Jesus e da sua Palavra registrada na Bíblia que a dignidade da pessoa humana foi realçada, como o fim do infanticídio, da luta dos gladiadores, da valorização da mulher, da caridade, da construção de hospitais e universidades, e tantas outras contribuições que construíram a “civilização ocidental”. Aliás, uma expressão que antes era simplesmente chamada de “cristandade”.

 

Qual é a sua “Bíblia de cabeceira”?

A que ganhei de minha avó. Mas insisto, o mais importante é sempre lermos a Bíblia. Afinal, a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo.

 

Em seu acervo há uma réplica da prensa de Gutenberg. Ser leitor auxilia as pessoas a compreenderem melhor a Palavra de Deus?

Primeiro, a Bíblia é o único livro em que você pode ter o autor ao seu lado, através do Espírito Santo. Segundo, qual outro livro tem o poder de transformar prostitutas, bêbados, pederastas, ladrões, viciados... em pessoas piedosas?

Esta réplica também auxilia na compreensão do esforço de nossos antepassados e de como somos abençoados nos dias de hoje: uma Bíblia de Gutenberg demorou 136 dias para ser impressa, mas, agora, a mesma Bíblia pode ser produzida aos milhares em questão de minutos.

 

Qual livro está lendo atualmente? Cite três livros que gostaria de recomendar a leitura.

Sempre estou lendo a Bíblia. Mas como recomendação, indico: A Pobreza das Nações, de Wayne Grudem; A Vitória da Razão, de Rodney Stark; e

Como o Cristianismo mudou o mundo, Alvin Schmid. 

 

Por que celebrar o Dia da Bíblia?

Porque temos que celebrar tudo aquilo que é bom, e não há nada melhor para cada ser humano do que a Bíblia. O segundo domingo de dezembro, quando é celebrado o Dia da Bíblia, começou em 1549, quando bispo inglês Craman incluiu no livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para orar em favor da leitura da Bíblia. A data foi escolhida foi o 2º Domingo no Advento.

Em alguns países a data é comemorada em setembro, numa referência ao trabalho de Jeronimo na tradução da vulgata.

Portanto, nada mais justo do que comemorarmos todos juntos, afinal, o que você sabe de Jesus fora da Bíblia?

 

 

*Antonio Cabrera é casado com Ângela e pai de Barbara, Antonio, Vitoria e Giovana. Presbítero e professor da Escola Dominical da Igreja Presbiteriana, médico veterinário e já foi Ministro da Agricultura e Reforma Agrária.

 

NOVAS DESCOBERTAS A CADA LEITURA

Ler com regularidade é um hábito que pode ser começado a qualquer momento, sempre agrega conhecimento e faz crescer em diversos campos e saberes. Além disso, melhora a escrita e a fala, possibilita viajar para diferentes lugares, culturas, épocas e histórias. Mas poucos livros são lidos repetidas vezes, de forma completa ou em partes, como a Bíblia. A respeito da leitura dela, outro benefício pode ser citado: fortalecimento da fé.

 

Claiton Werner Küster já realizou a leitura completa da Bíblia 33 vezes, num período de trinta anos, e afirma que “a leitura frequente nos possibilita ter mais conhecimento para testemunhar melhor e tomar decisões mais adequadas na vida cristã”. Para ele, são duas as principais funções do livro: “Nos transmitir a fé e a certeza da salvação em Cristo Jesus e dar orientações para que, como filhos de Deus, busquemos viver de forma a agradar ao próprio Deus, apesar de todos sermos pecadores”.

 

Atualmente, Claiton reserva uma hora e meia por dia para a leitura bíblica, e revela que o início não foi fácil. “Durante o fim da minha infância e adolescência tentei ler a Bíblia inteira várias vezes. Começava no Gênesis, passava pelo Êxodo, mas parava em Levítico. Quando fui pro Seminário fiquei preocupado com o fato de não ler a Bíblia constantemente. Eu até fazia alguns dias de leitura, mas não com regularidade. Em 1992, quando estava no estágio de Teologia, consegui criar este hábito e não abandonei mais”, explica Claiton.

 

Para ele, é muito importante que cada pessoa busque a sua motivação para iniciar a leitura completa da bíblia. “Uma vez presenteei uma amiga que procurava melhorar sua consagração a Deus. Expliquei como eu fazia, e ela conseguiu. O que eu digo é que persista, mesmo que não consiga com tanta frequência no começo”.

 

A motivação de Claiton está em sempre ter novos aprendizados. Uma sugestão é fazer anotações práticas sobre os versículos lidos: “Costumo classificá-los em ‘Promessas’, ‘Ordens’ e ‘Versículos Marcantes’. Depois anoto a referência do versículo e o que aprendi com ele”, sugere Claiton. Ele ainda comenta que tem o costume de ler Bíblias de Estudo diferentes, mesmo que sejam de traduções que já tenha lido. “São outras formas de entender o texto bíblico, mesmo que, pessoalmente, não concorde com as interpretações”.

 

Claiton afirma que celebrar o Dia da Bíblia é especial “para lembrar de que o Senhor nos deu sua Palavra para termos a certeza da salvação. Colocar a leitura em prática propicia que o entendimento cresça a cada dia. Assim o próprio Deus vai trabalhando a nossa fé para sermos melhores testemunhas e representantes dele no mundo.

 

Claiton tem cerca de 30 bíblias e destaca aquelas que mais gostou de ler:

Bíblia de Estudo da Reforma, da SBB, que tem suas notas com a interpretação luterana dos versículos e alguns textos de Lutero.

Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal, da CPAD, que traz reflexões sobre como ter uma vida santificada.

Bíblia de Estudo Arqueológica, da Editora Vida, que traz explicações sobre como andam as pesquisas bíblicas na história.

– A Bíblia em que busca conferir detalhes, quando necessário, é a Nova Almeida Atualizada, da SBB.

 

Já os livros bíblicos que mais gosta são:

Lucas, que conta a história do Salvador Jesus Cristo de forma mais lógica;

Romanos, que traz a graça e o perdão pela fé e indica como podemos ter uma vida que faz Deus feliz;

Isaías, que tem atitude em anunciar lei e evangelho ao povo de Deus;

e Eclesiastes, que é tipo um espelho, mostrando as vaidades de todos nós.

 

Também recomenda a leitura de:

Como estudar a Bíblia sozinho, de Tim Lahaye, Editora Betânia. Foi o livro de me ensinou os passos para começar a ler a Bíblia inteira.

Com Jesus – História Bíblicas, de Otto Goerl, Editora Concórdia. É um resumo da Bíblia, com suas partes principais.

 

  

Vem aí a rádio que toca a Bíblia

 

No Dia da Bíblia deste ano, 12 de dezembro, o universo da Bíblia Sagrada ganhará um novo e importante meio de comunicação. Concebida pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), a Rádio Bíblia SBB entra em operação com a proposta de ser uma rádio web cristã, de alcance mundial, 24 horas por dia no ar. A programação contará com músicas cristãs, notícias e curiosidades do mundo da Bíblia, programas de incentivo à leitura e audição das Escrituras Sagradas, entre outros. O acesso poderá ser feito tanto pela internet e redes sociais como pelo app Rádio Bíblia SBB, disponível inicialmente para o sistema Android.

“Queremos que a Bíblia esteja presente em todos os momentos na vida das pessoas. Uma rádio pela internet nos permitirá ampliar a abrangência de nossas ações nesse sentido, com uma programação ininterrupta, para um público que gosta de ler e ouvir a Bíblia, de histórias sobre ela e seu poder transformador, e que não dispensa música cristã de qualidade”, afirma o pastor Erní Seibert, diretor executivo da SBB e um dos apresentadores da Rádio.


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Natacha Teske

Jornalista, São José, SC mensageiro@mensageiroluterano.com.br

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