Ensinando sobre o meio ambiente


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03/06/2022 #Artigos #Crianças #Congregações #Editora Concórdia #Devocionais #Exclusivo Assinantes

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6).

Ensinando sobre o meio ambiente

Este provérbio já nos é bastante conhecido e nos lembra da importância de ensinar às crianças, já desde cedo, sobre a Palavra de Deus expressa nas Escrituras Sagradas. No entanto, sua abrangência e amplitude são ainda muito maiores, pois se aplicam a diversas temáticas importantes para o nosso dia a dia e que já devem ser ensinadas às crianças tão cedo quanto possível, para que possam ser compreendidas, assimiladas, aplicadas à sua vida e repassadas a outros, como a seus próprios filhos.

 

Uma dessas temáticas é a Educação Ambiental. Talvez, ao ler esse termo, já lhe veio à mente uma imagem de contentores (lixeiras) coloridos para a separação de resíduos ou mesmo o símbolo da reciclagem, acertei? Mas a verdade é que a “educação ambiental” vai muito além dos 3R´s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) (hoje já se fala em 8R´s, mas vamos mencionar apenas esses 3 para não nos alongarmos).

 

Trabalhar a educação ambiental e ensiná-la desde cedo tem o propósito de despertar nas crianças e nos indivíduos a consciência de que não somos seres apartados da natureza, mas, sim, parte integrante dela. Não somos donos dos recursos naturais que nos estão disponíveis quando compramos um pedaço de terra onde há vegetação, ou ainda pelo fato de pagarmos um valor monetário pela água que utilizamos. Apesar de adquirirmos o direito de uso das propriedades, não podemos decidir individualmente pelo destino das matas, da água, da própria terra ou de minerais, visto que esses servem à humanidade e não apenas àqueles que “possuem” determinado terreno.

 

Somos, sim, administradores, gestores da criação de Deus e responsáveis por cultivar e guardar a sua criação. “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn 2.15).

 

Quando Deus ordenou ao homem, “enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1.28b), imputou-nos a responsabilidade por retirar da terra o que precisamos e o necessário para a manutenção da vida, de forma que utilizemos, na nossa racionalidade, para usufruir dos recursos naturais, de forma consciente, possibilitando que tanto nós e nossos filhos, quanto as futuras gerações, possam também ter desses recursos para utilizá-los.

 

Tamanha é a importância desse tema que atualmente, em muitas escolas, se não em todas, as crianças já têm contato com assuntos como o reaproveitamento de resíduos, a importância da sua separação para possibilitar a reciclagem, a necessidade urgente do uso racional da água, entre tantos outros. E que bom que é assim. Eu mesma me lembro, com alguma nitidez, da vez em que refletimos em sala de aula, lá pela primeira ou segunda série, sobre a música “Planeta Azul”, na voz de Chitãozinho e Xororó. Possivelmente não foi a primeira vez que o assunto foi abordado comigo e meus colegas, mas sem dúvida, foi uma das vezes em que fiquei mais impactada, já desde aquele momento.

 

A partir dele, e apesar das abordagens em sala de aula, foi no dia a dia da nossa casa que aprendi os maiores ensinamentos sobre como preservar os recursos do nosso planeta. Por algum tempo entendia que pudesse ser por uma questão financeira que meus pais ordenavam “Fecha a torneira para não gastar água”. Mas, com o passar do tempo, fui entendendo que meus pais, talvez por terem vindo do interior e com alguma boa noção do impacto que as ações humanas têm sobre o meio em que vivemos, mesmo sem denominar aqueles ensinamentos ou tê-los aprendido na escola, já aplicavam em nossa casa a importância do cuidado com os recursos naturais do nosso planeta, haja vista que são finitos. Da maneira como os manejamos hoje, podem implicar na falta amanhã. Foi em casa, e pelo exemplo dos meus pais, que aprendi que “gastar água” e “gastar energia”, quando feitos de forma desnecessária e irresponsável, custavam bem mais do que o dinheiro pago nas contas. Custavam, isso sim, recursos naturais, custavam parte da criação de Deus, custavam trabalho e energia de pessoas, da natureza e do planeta, que havia levado muito (mas muuuito tempo) para produzi-los, e que não era justo que, por descaso ou simplesmente por falta de atenção, desperdiçássemos recursos tão preciosos.

 

Que bom que atualmente nossas crianças têm na escola, no clube e até mesmo em desenhos e filmes acesso a conteúdos relacionados ao meio ambiente e à educação ambiental, mas me atrevo a dizer que dificilmente alguma dessas experiências trará mais impacto e terá maior influência no comportamento delas hoje e no futuro, do que as experiências vivenciadas em casa, no contexto da família. Assim, aqui em nossa casa, vemos a importância e procuramos sempre que as nossas filhas possam entender, o quanto possível, o funcionamento do planeta e como se dão as relações entre os seres vivos e deles com os inanimados, sobretudo quando nossa vivência maior é nas áreas urbanas, em que grande parte dos produtos já chegam a nós “encaixotados”.

 

Entendemos (e esperamos sinceramente) que proporcionar a elas o contato com o que é natural, ajude-as a compreender que para colher têm que plantar, e que para crescer têm que regar e cuidar. Essa vivência, dentro de um contexto familiar de amor e afeto, irá criar nelas bases fortes de amor e respeito também por todos os seres e pela criação de nosso Pai. Que ele permita que assim seja!

 

Cristiane Friedrich Wendler

Engenheira Florestal

Florianópolis, SC

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