Nasce um filho, nasce também um pai


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08/08/2022 #Artigos #Exclusivo Assinantes #Reflexão

Como um bom vinho, maturado pelo tempo, Deus vai transformando homens em bons pais. Pela experiência. Erros. Acertos. Arrependimentos e perdão.

Nasce um filho, nasce também um pai

        A vida de um homem pode ser dividida entre antes e depois da paternidade. Quando um homem se torna pai, a vida é vista sob um olhar muito mais amplo e profundo. Ao nascer um filho, nasce também um pai. Alguém que estará constantemente aprendendo a arte de ser pai. Claro, sob a bênção de Deus.

            Antes de ser envolvido pela paternidade, um homem pode não dar atenção a determinadas situações. Fartar-se com refrigerante, fritas e um rico hambúrguer com camada extra de molho cheddar pode ser apenas uma farra gastronômica. Ah, mas quando se é pai, esta bomba nuclear de colesterol passa a ser vista sob cautela. Cuidar da saúde não é só pensar em si. É pensar nos filhos. É querer desfrutar ao máximo desse divino relacionamento.

            Um homem, por si só, rodando pelas rodovias, pode ser desafiado pela adrenalina a acelerar, até mesmo de forma irresponsável. Ah, mas quando um pai está na direção, tudo muda. Olhar no retrovisor e ver os filhos no banco traseiro é perceber que a segurança e o bem-estar das vidas mais amadas neste mundo estão nas mãos de um pai. E eis que ali nasce também um paciente e calmo motorista, sempre na direção defensiva.

            Nessa arte divina de transformar um homem em pai, também está a vida cristã. Antes de ser pai, o homem pode ir ao culto, fazer suas devoções no lar, ter seu momento de oração. Mas quando se é pai, a vida cristã ganha uma proporção ainda maior. O ensinar pelo exemplo. Na vida diária, no lar, no trânsito, na resolução dos conflitos do dia a dia. E, especialmente, pelo estar no culto. Quando um pai está no culto ele está afirmando com todas as letras para seus filhos: “ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas” (Mt 6.33).

            Como um bom vinho, maturado pelo tempo, Deus vai transformando homens em bons pais. Pela experiência. Erros. Acertos. Arrependimentos e perdão. Na arte da paternidade, não há como manter os filhos em uma caixinha de acrílico na sala de casa. Cedo ou tarde, filhos abrem asas e se lançam ao mundo. E é aí que temores assombram o coração de muitos pais. A sociedade pós-moderna pode ser altamente corrosiva para todo o ensino cristão que os filhos receberam desde o berço.

            E é justamente neste ponto que homens transformados em pais aprendem a confiar ainda mais nos cuidados do SENHOR. Parafraseando o clássico Salmo 37.5, “pai, entrega os teus filhos ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará”. Como as orações de um pai vão se transformando! A cada fase dos filhos, um tema no orar. A fase do orar pelo nascimento. Pela saúde. Pelo crescimento. Pela formação do caráter. Para que sigam na fé criada pelas águas do batismo. Para que tenham entendimento da Palavra e sede do culto cristão. Para que sejam preservados em meio a perigos. Para que o SENHOR abra portas na formação acadêmica e profissional. Para que os filhos formem uma boa família. E, claro, a oração que rege todas as demais. Para que os filhos estejam na vida eterna. Graças a Jesus, seu perdão, seu amor.

            Quero aqui deixar um abraço a cada homem mergulhado nesta nobre arte de ser pai. Especialmente ao meu pai, seu Rony Serves. Desde 1984 e, com uma dose de reforço em 1995, aprendendo com excelência a arte de ser pai. Eu, humildemente, estou aprendendo esta arte de forma dupla, desde 23 de janeiro de 2011. Nasce um filho, nasce também um pai.

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Bruno Krüger Serves

Pastor em Candelária, RS

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