Se vocês permanecerem na minha palavra, serão verdadeiramente meus discípulos, conhecerão a verdade e a verdade libertará vocês. (João, 8.31,32)
Em
outros tempos havia projetos, a deliberação familiar determinava carreiras,
previa resultados. A incerteza tomou o lugar da segurança. O risco de perder o
emprego acompanha os que trabalham, ofertas aparecem longe do lugar em que
estamos, oportunidades determinam onde havemos de morar, vínculos rompem,
distâncias multiplicam solidões.A
instabilidade sabe fascinar: migrar de uma atividade a outra, de um lugar a
outro, variar amplia a visão, a compreensão, desenvolve habilidades.O choque de costumes, de opiniões abala.
Competimos no esporte e no trabalho, a refrega demanda forças que excedem
capacidades. Lutamos para sobreviver. Vivemos no mundo do espetáculo, a imagem
é comprada e vendida: automóvel, vestimenta, residência... Em risco está o
ambiente privado, a vida interior. Vivemos exaustos, consumimos e somos
consumidos.
APalavra
acolhe
sem anular diferenças, sem tolher movimentos. Paulo, mensageiro da Palavra,
fez-se tudo para todos. Na Palavra reside o Deus vivo, a Palavra é criadora,
renova, redime. A Palavra reside na primeira palavra, a palavra que gerou o
universo, fundamento de todas: haja luz. Quem permanece na Palavra, vive na
Palavra, experimenta a vida da palavra, vive na Luz.
A
verdade se opõe à aparência, ao palpite. Guiados pelo Espírito, conhecemo-nos a
nós mesmos no mundo em que vivemos, em relação a outros, em relação a Deus, a verdade
brilha contra o sem sentido, contra o nada. Quem sou eu? A verdade se revela no
caminho.O que sou para os outros? O
que sou para Deus? Quando falo de Deus não emito uma opinião, declaro o que
Deus é em mim, para mim, para os meus semelhantes, para o mundo. Ao conhecer
minhas limitações, percebo o infinito das possibilidades que Deus põe à minha
disposição. Cada momento é de revelação. Só Deus conhece a todo momento tudo.
A
Palavra oferece liberdade a homens que se consideram livres embora não o sejam.
Quem se atola na droga, recusa a liberdade, vegeta como escravo da droga, quem
busca o bem-estar no consumo é oprimido pelo produto. A Palavra liberta de paixões,
de limitações, de deficiências, de insuficiências, da observação de dias
festivos, do passado, de ritos, da morte, dos pavores da morte. É incorreto
declarar que não há solução para isso ou para aquilo, para a Palavra não
existem impossíveis, A Palavra quebra algemas, fortalece braços para novas
ações, para inesperadas decisões. A Palavra liberta para a reinvenção da vida.
A esperança sorri ao que vive na Palavra.
Discípulos
de ontem e de hoje andam num mundo que se move. O discípulo penetra num mundo
instável, a Palavra ampara, conforta, acolhe. Ser discípulo é cultivar a
palavra criativa. Permanecer é um modo de ser, de pensar, de viver. Quando
entramos na Palavra, os horizontes se alargam, descobrimos sentido em
acontecimentos que nos pareciam sem sentido. A Palavra congrega num mundo que
se estilhaçou.
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