O terror da guerra


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05/04/2022 #Artigos #Exclusivo Assinantes #Reflexão

Se as guerras nascem no coração humano, é lá que as coisas precisam ser resolvidas.

O terror da guerra

Num planeta onde milhares de pessoas morrem todo dia por falta de comida, os gastos em armamento poderiam matar a fome num tiro só. Mais de 800 milhões de pessoas passam fome no mundo, e não por falta de comida ou condições na produção de alimentos. O problema é que a humanidade se empenha muito mais no sustento pelas armas do que no sustento pela comida. A cifra é escandalosa: em média são dois trilhões de dólares por ano na produção e gastos com armamento. E agora, com esta guerra na Ucrânia, estes números inflacionaram.

 

Claro, isso não vem de hoje. A primeira guerra mundial aconteceu quando Caim matou Abel, e desde lá, a história humana carrega um insistente registro de horror e crueldade. “De onde vêm as lutas e as brigas entre vocês?”, pergunta Tiago. Ele responde: “Elas vêm dos maus desejos que estão sempre lutando dentro de vocês. Vocês querem muitas coisas; mas, como não podem tê-las, estão prontos até para matar a fim de consegui-las. Vocês as desejam ardentemente; mas, como não conseguem possuí-las, brigam e lutam”.

 

Se as guerras nascem no coração humano, é lá que as coisas precisam ser resolvidas. E daí surge aquele que diz: “Deixo para vocês a paz que o mundo não pode dar”. Essa é a solução contra as guerras, a paz com Deus pelo corredor humanitário ao céu, Jesus. E por isso a Quaresma, época cristã para lembrar com mais intensidade que Deus “abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos” (Fp 2.7).

 

Mas, este mesmo Deus – que travou e venceu a guerra espiritual para nos alcançar a vitória – grita lá de cima: “Parem de lutar e fiquem sabendo que eu sou Deus. Eu sou o Rei das nações, o Rei do mundo inteiro” (Sl 46.10). Um dia os senhores da guerra se curvarão diante desta ordem. Enquanto isso, a história comprova que os causadores de atrocidades, destruição e morte já neste mundo pagam por seus atos. A própria Bíblia adverte que a hora deles sempre chega, ou, como diz Provérbios 6.15: “A desgraça cairá de repente sobre eles, e não poderão escapar”. O problema é que eles também podem desgraçar a nossa vida. Ainda mais nestes tempos das armas nucleares. Resta-nos a suplicante oração: “Ó meu Deus, livra-me dos meus inimigos! Protege-me daqueles que me atacam. Salva-me dos homens maus; livra-me desses assassinos” (Sl 59.2).

 

O profeta Jeremias, no entanto, já tinha dito para não perdermos a coragem nem ficar com medo das notícias, porque “cada ano se espalha uma notícia diferente; são notícias de violência na terra e de um rei lutando contra outro” (51.46). Mais tarde, Jesus diria o mesmo: “Não tenham medo quando ouvirem o barulho de batalhas ou notícias de guerras”. Foi isso que o Salvador disse ao aparecer vivo aos assustados discípulos diante da morte. Eles precisavam de coragem. É o que tanto necessitamos. Não empunhando armas destruidoras e confiando em nossas capacidades. “Vistam-se com toda a armadura que Deus dá a vocês”, lembra Paulo na carta aos Efésios, “para ficarem firmes contra as armadilhas do Diabo”. 

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Marcos Schmidt

Pastor da IELB marcos.ielb@gmail.com

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