Como um bom vinho, maturado pelo tempo, Deus vai transformando homens em bons pais. Pela experiência. Erros. Acertos. Arrependimentos e perdão.
A vida de um homem pode ser
dividida entre antes e depois da paternidade. Quando um homem se torna pai, a
vida é vista sob um olhar muito mais amplo e profundo. Ao nascer um filho,
nasce também um pai. Alguém que estará constantemente aprendendo a arte de ser
pai. Claro, sob a bênção de Deus.
Antes de ser envolvido pela paternidade, um homem pode
não dar atenção a determinadas situações. Fartar-se com refrigerante, fritas e
um rico hambúrguer com camada extra de molho cheddar pode ser apenas uma farra
gastronômica. Ah, mas quando se é pai, esta bomba nuclear de colesterol passa a
ser vista sob cautela. Cuidar da saúde não é só pensar em si. É pensar nos
filhos. É querer desfrutar ao máximo desse divino relacionamento.
Um homem, por si só, rodando pelas rodovias, pode ser
desafiado pela adrenalina a acelerar, até mesmo de forma irresponsável. Ah, mas
quando um pai está na direção, tudo muda. Olhar no retrovisor e ver os filhos
no banco traseiro é perceber que a segurança e o bem-estar das vidas mais
amadas neste mundo estão nas mãos de um pai. E eis que ali nasce também um
paciente e calmo motorista, sempre na direção defensiva.
Nessa arte divina de transformar um homem em pai, também
está a vida cristã. Antes de ser pai, o homem pode ir ao culto, fazer suas
devoções no lar, ter seu momento de oração. Mas quando se é pai, a vida cristã
ganha uma proporção ainda maior. O ensinar pelo exemplo. Na vida diária, no
lar, no trânsito, na resolução dos conflitos do dia a dia. E, especialmente,
pelo estar no culto. Quando um pai está no culto ele está afirmando com todas
as letras para seus filhos: “ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de
Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas” (Mt 6.33).
Como um bom vinho, maturado pelo tempo, Deus vai
transformando homens em bons pais. Pela experiência. Erros. Acertos. Arrependimentos
e perdão. Na arte da paternidade, não há como manter os filhos em uma caixinha
de acrílico na sala de casa. Cedo ou tarde, filhos abrem asas e se lançam ao
mundo. E é aí que temores assombram o coração de muitos pais. A sociedade
pós-moderna pode ser altamente corrosiva para todo o ensino cristão que os
filhos receberam desde o berço.
E é justamente neste ponto que homens transformados em
pais aprendem a confiar ainda mais nos cuidados do SENHOR. Parafraseando o
clássico Salmo 37.5, “pai, entrega os teus filhos ao SENHOR, confia nele, e o
mais ele fará”. Como as orações de um pai vão se transformando! A cada fase dos
filhos, um tema no orar. A fase do orar pelo nascimento. Pela saúde. Pelo
crescimento. Pela formação do caráter. Para que sigam na fé criada pelas águas
do batismo. Para que tenham entendimento da Palavra e sede do culto cristão.
Para que sejam preservados em meio a perigos. Para que o SENHOR abra portas na
formação acadêmica e profissional. Para que os filhos formem uma boa família.
E, claro, a oração que rege todas as demais. Para que os filhos estejam na vida
eterna. Graças a Jesus, seu perdão, seu amor.
Quero aqui deixar um abraço a cada homem mergulhado nesta
nobre arte de ser pai. Especialmente ao meu pai, seu Rony Serves. Desde 1984 e,
com uma dose de reforço em 1995, aprendendo com excelência a arte de ser pai.
Eu, humildemente, estou aprendendo esta arte de forma dupla, desde 23 de janeiro
de 2011. Nasce um filho, nasce também um pai.
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