A missão do povo de Deus era trabalhar pela paz e entregar os seus opressores ao Senhor através das suas orações.
Estamos vivendo um setembro
histórico: o Brasil comemora os 200 anos da sua independência e, ao mesmo tempo,
vive um tumultuado e polarizado processo eleitoral, com eleições previstas para
o dia 2 de outubro.
E o que se deve esperar de
nós, cristãos, neste contexto? A Palavra de Deus nos dá orientações claras e
seguras a esse respeito. No capítulo 29 de Jeremias, o profeta escreve uma
carta aos judeus que haviam sido levados cativos à Babilônia. A carta era
direcionada a autoridades, sacerdotes, profetas e todo o povo (v.1). A
tendência natural era que os cativos se organizassem para fazer frente à
opressão babilônica, mas a orientação de Deus foi: “Procurem a paz da cidade
para onde eu os deportei e orem por ela ao Senhor; porque na sua paz vocês
terão paz”. A missão do povo de Deus, mesmo vivendo um regime de escravidão e em
uma terra estranha e distante, era trabalhar pela paz e entregar os seus
opressores ao Senhor através das suas orações.
No Novo Testamento vamos
encontrar orientações semelhantes a essa dadas através do profeta Jeremias. O
nosso Senhor e Salvador Jesus nasceu, cresceu e desenvolveu o seu ministério
numa época em que os judeus eram dominados e explorados pelos romanos. E neste
contexto, de uma forma bem prática, ele afirma: “Bem-aventurados os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). “Deem, pois, a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21). “... amem os seus inimigos, façam o bem aos
que odeiam vocês. Abençoem aqueles que os amaldiçoam, orem pelos que maltratam
vocês. Ao que lhe bate numa face, ofereça também a outra; e, ao que lhe tirar a
capa, deixe que leve também a túnica. Dê a todo o que lhe pedir alguma coisa;
e, se alguém levar o que é seu, não exija que seja devolvido. Façam aos outros
o mesmo que vocês querem que eles façam a vocês. Se vocês amam aqueles que os
amam, que recompensa terão? Porque até os pecadores amam aqueles que os amam. Se
fizerem o bem aos que lhes fazem o bem, que recompensa terão? Até os pecadores
fazem isso. E, se emprestam àqueles de quem esperam receber, que recompensa
terão? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.
Vocês, porém, amem os seus inimigos, façam o bem e emprestem, sem esperar nada
em troca; vocês terão uma grande recompensa e serão filhos do Altíssimo. Pois
ele é bondoso até para os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, como também é
misericordioso o Pai de vocês. Não julguem e vocês não serão julgados; não
condenem e vocês não serão condenados; perdoem e serão perdoados; deem e lhes
será dado; boa medida, prensada, sacudida e transbordante será dada a vocês;
porque com a medida com que tiverem medido vocês serão medidos também” (Lc 6.
27-38).
Esses ensinamentos bíblicos
fazem sentido para nós? Estamos dispostos a promover a paz em nossa nação
agindo segundo a orientação de Deus? Essa orientação de Deus traz algum
resultado prático para a sociedade? Na igreja primitiva, nos primeiros três
séculos da era cristã, nossos pais acolheram e praticaram esses ensinamentos,
mesmo sob fortes perseguições, e, por meio deles, o nosso bondoso e
todo-poderoso Deus transformou o mundo.
Eis a nossa missão e o nosso
desafio nestes complexos tempos em que vivemos! De Jesus recebemos o perdão e a
força que precisamos para promover a paz, afinal, foi ele quem nos disse:
“Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a
dá. Que o coração de vocês não fique angustiado nem com medo” (Jo 14.27).
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