Pude constatar um fator comum preponderante entre os que desaparecem depois da confirmação: suas famílias também não são ativas e presentes na igreja!
O
Ensino Confirmatório pode ser uma das tarefas mais bipolares do pastor. Por um
lado, é muito gratificante quando, de repente, o pastor está diante de
adolescentes que ele tem a impressão de ter batizado ontem! É muito
gratificante ter diante de si os batizados que vêm para cumprir a segunda parte
da ordem de Jesus: “ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a
vocês” (Mt 28.20). Mas, infelizmente, o ensino confirmatório pode também
resultar em frustração para o pastor quando, depois da confirmação, os confirmados
simplesmente desaparecem! Então fica a impressão de que o trabalho foi perdido.
Os pastores sabem que a Palavra de Deus não volta vazia (Is 55.10-11), mas a
falta de frutos mensuráveis causa sensações de fracasso.
Diante
disso, a pergunta que fazemos é: por que alguns se tornam ou continuam ativos
na igreja e outros simplesmente desaparecem depois da Confirmação? É uma
preocupação necessária, segundo o educador norte-americano, Robert F. Mager,
PhD: “Devemos estar mais preocupados com aquilo que o aluno vai fazer após o
término da disciplina, depois que nossa influência cessa”.
Vários
fatores influenciam esses diferentes resultados. Mas ao longo de mais de 40
anos de ministério, mesmo sem ter feito uma estatística formal, pude constatar
um fator comum preponderante entre os que desaparecem depois da confirmação:
suas famílias também não são ativas e presentes na igreja! Ocorre na vida do
confirmando uma espécie de espelhamento dos hábitos e modo de viver de sua
família.
Em
outras palavras, a família do confirmando tem, geralmente, influência decisiva
no futuro do confirmando na igreja. A influência da família, com quem o
confirmando passa bem mais tempo do que com o pastor, tem tanto o poder de
ratificar e reforçar o que o pastor ensina quanto tem o poder de diluir e até
mesmo anular o que o pastor ensina.
Principais
fatores que tornam a influência da família tão decisiva:
1)
O valor que os pais dão, ou não, à Palavra de Deus em casa. Se os pais valorizam
a vida devocional em família, oram e meditam na Palavra de Deus e a ensinam a seus
filhos, como Martinho Lutero recomenda no início das seis partes principais do
seu Catecismo Menor: “Como o chefe de família deve ensinar com toda a
simplicidade em sua casa”. Assim, quando um pastor recebe no ensino
confirmatório um aluno que já sabe os Dez Mandamentos e o Pai-Nosso, porque os
aprendeu em casa, já pode antever alguém que será um comungante assíduo.
2)
A família vem regularmente à igreja, e participa, não somente dos cultos, mas
também se envolve em outros programas e trabalhos da congregação. Dá prioridade
a esses programas e evita substituí-los por lazer, esportes, espetáculos,
passeios ou trabalhos.
3)
A família cultiva uma visão positiva da igreja, de seu pastor e líderes. Não os
critica diante dos filhos nem demonstra desapreço.
4)
A família tem interação e relações de amizade com outras famílias ativas da
igreja.
5)
O confirmando tem padrinhos que também são cristãos consagrados e são uma
espécie de extensão da família.
Assim,
o ensino confirmatório começa e termina em casa. Por isso, encontros regulares
com os pais, principalmente durante o período de instrução, são altamente
recomendáveis. Embora seja um caminho mais trabalhoso, endireitar a forma é
mais produtivo do que endireitar o pão.
Que
Deus Espírito Santo ilumine e abençoe os pais, os confirmandos e os pastores
pelas verdades eternas, que trazem bênçãos eternas em Cristo!
Renato Regauer
Comissão Nacional de Ensino Confirmatório
regauer@reguaer.net
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